Foodservice: o segundo trimestre de 2019 em grandes números

Pela primeira vez desde abril de 2015 – início da coleta da pesquisa CREST¹ no Brasil -, o foodservice apresentou crescimento de visitas em quatro trimestres consecutivos.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, o segundo trimestre de 2019 teve aumento de 5% nas visitas no foodservice¹, significando aproximadamente 180 milhões de visitas – ou 3 milhões de reais gastos -, a mais em alimentação fora do lar do que no mesmo período do ano anterior.

Por um lado, um período de estagnação no ano de 2018 favorece esse desempenho, no contexto de saída da recessão, inseguranças políticas e econômicas, greve de caminhoneiros, entre outros aspectos. Por outro lado, vemos em 2019 um reaquecimento no ritmo – ainda lento -, de recuperação do setor.

Com índice de desemprego² em queda de 3% em maio deste ano, a confiança do consumidor também aumentou 5% quando comparamos junho/19 com 2018. Números positivos em relação aos observados no ano passado.

É claro que a observação superficial destes dados não revelam as variáveis que compõem essa realidade. O assunto é amplo, mas entre elas se destacam o aumento no emprego informal, por exemplo. Informalidade tal que reflete no próprio foodservice: ambulantes, que representam cerca de 5% do segmento receberam 18 milhões de visitas a mais, crescendo em ritmo duas vezes maior do que a média do mercado.

Outros canais se beneficiam do momento atual: tanto redes quanto restaurantes independentes, cujo tráfego cresce entre 3% e 6%, respectivamente. Nos independentes, destacam-se lanchonetes e padarias, por exemplo – que juntas representam quase 1/3 das refeições fora do lar neste trimestre.

Já na perspectiva de alimentos, entre os que ganham com este cenário, o total de bebidas merece destaque – especialmente o consumo de sucos, com uma trajetória de três trimestres consecutivos de performance positiva.

Já as fritas, paixão nacional, acompanham o bom e velho arroz e feijão – não só no prato, mas também no desempenho. Cada um deles cresce entre 8% e 9% no número de porções servidas, acima da média do mercado, e no mesmo ritmo que sobremesas.

Em sobremesas aqui, entenda-se especialmente bolos, que lideram em popularidade e crescimento – ao contrário de sorvetes que, como era de se esperar, caíram -, provavelmente influência das baixas temperaturas ao redor do país.

Entender que o foodservice é plural e parte de um ecossistema complexo pelo qual é influenciado é relevante não só para monitorar a performance dos alimentos e dos segmentos da alimentação fora do lar do Brasil, bem como para antecipar seus movimentos e entender o quanto estamos preparados para antecipar as tendências e potencializar seu desempenho.

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¹Fonte: Pesquisa CREST® com consumidores de refeições preparadas fora do lar, realizada pela GS&NPD, parte integrante do Grupo GS& Gouvêa de Souza.  Para dúvidas ou obter mais detalhes da metodologia; entre em contato no e-mail: info@gseinteligencia.com.br.

²Fonte: PNAD – IBGE

Vólia Simões

Vólia Simões

Vólia Simões é head de Inteligência de Mercado e especialista em pesquisa e insights para o Varejo e Foodservice da Mosaiclab, área de inteligência da Gouvêa com a chancela “powered by”.

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