O mercado global de cannabis movimentou 18 bilhões de dólares em 2018. Segundo o levantamento da consultoria especializada Brightfield Group, o segmento de derivados da cannabis espera faturar US$ 5,7 bilhões (R$ 20 bilhões) em 2019 e US$ 22 bilhões (R$ 80 bilhões) até 2022 apenas nos Estados Unidos. No Brasil, a importação de medicamentos à base de canabidiol e outros canabinóides para uso pessoal já é permitida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2015.
O LATAM Retail Show, mais completo evento de varejo e consumo da América Latina, traz o uso medicinal da planta para o centro do debate. No dia 27, entre 18h30 e 20h, o Mega Fórum discute “O emergente mercado da cannabis: Estratégias e oportunidades”.
Debatem o tema dois brasileiros que dirigem iniciativas bem sucedidas no exterior: André Steiner, CEO da White Cloud Montain Quantum Cannabis Jamaica e Gabriela Cezar, CEO & Principal Partner da Panarea Partners. Além deles, também participa a jornalista Valéria França, autora do blog Cannabis Inc, da Folha de São Paulo. A página cobre as movimentações no setor, mostra os “players” e as novidades apresentadas em feiras e congressos de Cannabis que ocorrem pelo mundo.
“No Brasil, a cannabis ainda gera tabu, mas o debate está avançando. Discussões como o cultivo controlado da planta para fins médicos e científicos, além da liberação do uso medicinal da planta no tratamento de várias doenças estão em alta”, destaca Marcelo Toledo, CEO da GS&MD, uma das empresas que compõem o ecossistema do Grupo GS& Gouvêa de Souza.
Estima-se que, se uma legislação favorável à cannabis medicinal for aprovada no Brasil, o número de pacientes beneficiados poderia chegar a 3,9 milhões em três anos. Isso significa um mercado potencial de R$ 4,7 bilhões por ano, nos cálculos feitos pela empresa de dados NewFrontier em parceria com a start-up brasileira The Green Hub.
Desde que a importação de medicamentos de maconha para fins terapêuticos foi liberada no país, há três anos, mais de 78 mil produtos à base da planta foram trazidos do exterior. As substâncias autorizadas são o canabidiol (CBD) e tetraidrocanabinol (THC).
Dados obtidos junto à Anvisa pela Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD), uma rede de organizações não-governamentais que discute o tema, mostram ainda que desde 2015, 4.500 pacientes obtiveram a permissão para importar os canabinoides e 800 médicos foram habilitados a prescrevê-los – o Brasil atualmente possui 452 mil profissionais registrados na Federação Nacional dos Médicos. O país caminha para a liberação do uso medicinal, mas em comparação aos EUA e à Europa ainda há um longo caminho a percorrer.
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