O franchising vem apresentando um forte movimento de expansão pelo interior do país, com menor crescimento no eixo Rio-São Paulo. O processo, chamado interiorização, inclui também um grande crescimento das marcas nas regiões metropolitanas.
De acordo com o estudo sobre o crescimento de unidades de franquias pelo Brasil, realizado pela ABF – Associação Brasileira de Franchising, Cuiabá, capital do Mato Grosso, foi a cidade que mais recebeu franquias. O município passou do 29º lugar para o 1º no ranking dos 30 municípios com maior variação nesse quesito, tendo apresentado 20% de crescimento no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Na capital mato-grossense, os segmentos que tiveram maior crescimento no primeiro analisado foram: Limpeza e Conservação (44%), Moda (40%), Comunicação, Informática e Eletrônicos (40%).
No quadro geral de unidades, Cuiabá subiu quatro posições, passando de 534 franquias em funcionamento para 642. De acordo com o IBGE, o município tem uma população estimada em mais de 600 mil habitantes e registrou um PIB per capita de R$ 37.930 em 2016, 24% a mais do que a média nacional.
Uma das razões que projetaram Cuiabá entre as 30 maiores em unidades de franquias foi a abertura de shopping centers na cidade. Os segmentos que representaram 77% do aumento do número de operações na capital mato-grossense nos semestres analisados foram: Moda (40%), Alimentação (12,8%), Serviços e Outros Negócios (37%) e Saúde Beleza e Bem-Estar (14%).
De acordo com André Friedheim, presidente da ABF, “o estudo comprova o aumento da capilaridade das redes de franquias em todas as regiões do Brasil. Além da vocação natural das marcas por expandir, há uma conjunção de fatores que estimulam a ampliação dessa capilaridade, entre eles eu destaco: as redes buscam novos mercados internos também como estratégia para manter sua rentabilidade; para explorar melhor o nosso país, que tem dimensões continentais, e pelo fato de que há uma demanda por produtos e serviços de marcas conhecidas por todo o país”.
O levantamento mostra também que no ranking dos 30 maiores municípios em unidades, 36,7% deles não são capitais. Os que subiram de posição nesse quesito na Grande São Paulo foram Guarulhos, que passou de 15º para 14º lugar; São Bernardo do Campo, de 17º para 16º; e Santo André, de 19º para 18º. O quarto município em destaque foi São José do Rio Preto, no interior do Estado, que subiu da 24ª para a 22ª posição.
Além de Cuiabá, Teresina, no Piauí, foi a única capital que subiu de posição no ranking das 30 maiores cidades em operações de franquias. A capital piauiense, no Nordeste, avançou três posições, passando do 27º para o 24º lugar. Já na lista das cidades com maior variação nesse item, Teresina subiu ainda mais, saltando da 27ª para a 6ª colocação. Os segmentos que responderam por 61% da variação positiva da capital nordestina em unidades foram: Comunicação, Informática e Eletrônicos (138%), Serviços e Outros Negócios (33%), Limpeza e Conservação (15%) e Moda (12%).
Outras cidades que apresentaram grande variação em número de unidades no período analisado foram: Santo André (17%) e Sorocaba (14%), no estado de São Paulo; Londrina (13%), no Paraná; e São José do Rio Preto, SP (13%).
As capitais do Nordeste de maior destaque em número de unidades foram, respectivamente, Salvador (BA), em 6º lugar, Fortaleza (CE), 9º, e Recife (PE), em 10º.
O estudo mostra que dentre os 30 municípios brasileiros com maior número de marcas de franquias presentes, 17 são capitais (56,7%) e dentre estas, 33% são das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Porém, duas cidades, não capitais, estrearam no ranking das Top 30 nesse quesito: Londrina, no interior do Paraná, e Santos, no litoral paulista.
Ainda de acordo com o levantamento, as cidades com maior crescimento em número de marcas no primeiro semestre de 2019 são Guarulhos (SP) e Londrina (PR).
Para Marcelo Maia, diretor executivo da ABF, “os dados reafirmam a força do franchising e que há um enorme mercado a ser explorado pelas redes de franquias Brasil afora, com novos modelos de negócios, adaptados regionalmente, inclusive, e para todo perfil de investidor”.
A maior variação registrada entre as cidades em número de marcas em operação nos semestres pesquisados foram: Guarulhos (SP), Londrina e a capital paranaense Curitiba, São Paulo, capital e, por fim, Goiânia, capital do estado de Goiás.
Cinco capitais fora do eixo Sul – Sudeste apareceram nas 10 primeiras colocações no primeiro semestre deste ano, frente ao mesmo período de 2018 em número de redes: a capital federal Brasília (DF) e Recife (PE), Goiânia (GO), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
*Imagem reprodução