A 10ª edição da Black Friday brasileira está se aproximando. Muitos consumidores estão ansiosos com a chegada da data e já estão pesquisando as melhores ofertas. Esta edição do evento de compras deve demonstrar o amadurecimento do consumidor, que está cada vez mais consciente, precavido e tomando cuidados para não serem enganados e garantirem as melhores ofertas.
De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), este ano, 39% dos brasileiros só pretendem comprar algum produto se as ofertas realmente valerem a pena. Isso representa um crescimento de sete pontos percentuais em relação a 2018. Em contrapartida, 50% disseram ter intenção de fazer compras na Black Friday. Apenas 11% não devem aproveitar as promoções.
Esse comportamento do consumidor também pode ser observado na decisão da compra. A pesquisa indica que 91% dos entrevistados planejam pesquisar preços antes de adquirir algum item, principalmente para confirmar se os produtos realmente estão na promoção, ou seja, com preços mais baixos do que o normal, resposta dada por 54% dos entrevistados.
Considerando os consumidores que pretendem buscar informações sobre as ofertas, 40% afirmaram que olhariam os preços a menos de 30 dias da Black Friday, enquanto 28% fariam pesquisa com um mês de antecedência e 11% até dois meses antes. Outros 13% só devem verificar preços no dia do evento. Os meios mais utilizados apontados para fazer a pesquisa são sites e aplicativos que fazem comparação de preços e produtos, escolhidos por 55%; seguidos pelos sites das lojas, com 52%; e portais de busca, com 42%.
“O consumidor brasileiro está mais exigente, em busca de experiências e bons descontos. Tanto é que já começa a se preparar com antecedência para as promoções e pesquisar as ofertas antes de sair comprando. Esse novo cenário abre oportunidades para o varejo que terá a chance de oferecer produtos com preços atrativos e alavancar as vendas, seja no ambiente físico ou on-line”, destacou Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.
Entre os que pretendem comprar produtos com descontos, 76% consideram a data uma oportunidade de adquirir itens que estejam precisando com preços mais baixos. Além disso, 32% querem antecipar os presentes de Natal de olho nas promoções e 17% planejam aproveitar as ofertas mesmo sem necessidade de comprar algo no momento.
Em relação aos que não pretendem fazer compras na Black Friday, os principais motivos apontados são falta de dinheiro, com 35%; prioridade em pagar dívidas, com 18% e falta de necessidade de comprar algum produto, indicada por 16% dos entrevistados. Também há aqueles que não acreditam na veracidade dos descontos oferecidos, que somam 15% da amostra.
Considerando os que realizaram compras no ano passado, 35% esperam adquirir mais produtos em 2019, 23% planejam comprar menos e 20% a mesma quantidade. Quanto à intenção de gastos, os entrevistados estão divididos: 32% pretendem desembolsar mais este ano e outros 32% menos. Por outro lado, 24% devem gastar o mesmo valor. Entre os que têm intenção de gastar mais, 31% justificaram que vão às compras por precisarem adquirir mais produtos. O mesmo percentual (31%) afirma que pretende comprar mais por terem economizado ao longo do ano para desembolsar na data.
Em média, os consumidores devem comprar cerca de três produtos e desembolsar R$ 1.132. No entanto, 40% dos entrevistados ainda não definiram o quanto pretendem gastar. De acordo com o levantamento, a expectativa dos consumidores para este ano é de que haja um desconto médio de 45% nos produtos e serviços ofertados.
A pesquisa também investigou os locais que os consumidores devem fazer as compras. As lojas on-line mantêm a preferência dos consumidores, com 77% de escolha. Na sequência, aparecem as lojas físicas, com 54%; seguida pelos shopping centers, com 33%; as lojas de rua e de bairros, com 28% e os supermercados, com 16%.
Além disso, 68% dos entrevistados estão evitando algum tipo de compra em outubro e novembro para aproveitar as ofertas da Black Friday. Além disso, 44% dos consumidores pretendem comprar na semana do evento, enquanto 27% irão às compras no dia e 13% pretendem ir na primeira quinzena de novembro.
Somente 18% devem madrugar na porta das lojas físicas para garantir as compras, enquanto 73% não têm essa intenção. Ao mesmo tempo, 61% dos que trabalham esperam se manter conectados durante o expediente para ficar sabendo das melhores ofertas e 40% devem passar a madrugada conectados à internet para garantir a compra dos produtos.
Na lista de itens mais procurados, as roupas lideram a lista de compras dos consumidores, com 36% das menções. Os eletrodomésticos aparecem em segundo lugar no ranking, com 31%; representando um aumento de 6 pontos percentuais na comparação com 2018. Calçados ocupam a terceira posição, indicados por 29%, enquanto celulares e smartphones vêm na sequência entre os produtos que devem ser mais adquiridos nesta Black Friday, com 28%.
De acordo com o levantamento, 72% dos entrevistados querem pagar pelas compras à vista, número que representa um crescimento de 7,3 pontos percentuais em relação a 2018. 48% pretendem utilizar o dinheiro e 34% o cartão de débito. Ao mesmo tempo, 73% mencionaram optar pelo crédito, em especial a modalidade de cartão de crédito parcelado, com 45% da preferência, seguido pelo cartão de crédito em parcela única, com 26%. No caso dos consumidores que irão pagar de forma parcelada, a média será de seis prestações.
“É um sinal positivo parte significativa dos consumidores sinalizarem que devem realizar as compras à vista, sem se endividar. O país atravessa um momento delicado, de recuperação tímida e gradual na economia, ainda com poucos reflexos práticos e favoráveis para a população. Muitas pessoas têm se esforçando para manter as contas em dia. Vale lembrar ainda que há os gastos com compras de Natal e compromissos de início de ano, que incluem despesas com escola, IPTU, e IPVA, por exemplo. O ideal, portanto, é planejar bem o orçamento”, disse Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Questionados sobre a experiência com a Black Friday 2018, 81% dos que fizeram compras consideram que valeu a pena. Para 91%, os descontos anunciados pelas lojas foram reais e 86% não encontraram problemas com as compras. Apenas 12% enfrentaram algum tipo de contratempo, especialmente com os descontos não aplicados ao efetuar o pagamento, indicado por 4%. Entre os que tiveram problema na edição passada, 60% destacam que conseguiram resolvê-lo, embora 40% não tenham conseguido.
A pesquisa revela que um em cada cinco entrevistados admite que costuma gastar mais do que pode com as compras na Black Friday (22%). Ainda mais preocupante é o fato de que 7% pretendem deixar de pagar alguma conta para aproveitar as ofertas, e muitos desses potenciais compradores estão inadimplentes (22%).
Apesar de seis em cada dez entrevistados (57%) terem planejado a maioria das suas compras no evento do último ano, 42% reconhecem ter comprado por impulso e 11% ficaram com o nome sujo. Dentre os consumidores que ficaram negativados por causa de compras feitas no período, 8% já limparam o nome e 3% ainda estão com restrição no CPF.
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