O movimento do comércio cresceu 0,6% em outubro deste ano na comparação com setembro, descontados os efeitos sazonais. De acordo com o levantamento da Boa Vista, houve um grande crescimento de 1,4% em agosto e de 0,2% em setembro. Na análise entre outubro de 2019 e de 2018, houve um aumento de 2%. O indicador se manteve estável em 1,5% no acumulado de 12 meses.
Segundo a Boa Vista, as concessões de crédito com recursos livres aos consumidores, a redução da inflação e o resgate dos recursos do FGTS parecem estar por trás do crescimento do movimento do comércio nos últimos meses.
O mercado de trabalho, contudo, segue bastante fragilizado, com o desemprego caindo basicamente por causa da expansão da informalidade e do trabalho por conta própria. Com isto, a renda cresce pouco, o que tem resultado em aumento do endividamento e do comprometimento da renda, elevando-se, assim, o risco de aumento da inadimplência.
Porém, no curto prazo, o cenário para a inadimplência não chega a preocupar, o que favorece o mercado de crédito e, consequentemente, o movimento do comércio até o final do ano.
Entre os setores, o de “Móveis e Eletrodomésticos” cresceu 1,5%, descontados os efeitos sazonais. Nos dados sem ajuste sazonal, o acumulado em 12 meses desacelerou, ficando em 0%.
A atividade de “Supermercados, Alimentos e Bebidas” registrou variação de 0,3% no mês na série dessazonalizada. Na série sem ajuste, a variação acumulada em 12 meses foi de 1,6%.
Já a categoria de “Tecidos, Vestuários e Calçados” também cresceu 0,3% no mês, descontando os efeitos sazonais. Nos dados acumulados em 12 meses houve alta de 4,6%.
Por fim, o segmento de “Combustíveis e Lubrificantes” apresentou queda de 0,3% em outubro considerando dados dessazonalizados, enquanto, na série sem ajuste, a variação acumulada em 12 meses foi de -0,2%.
Os dados parecem apontar para a consolidação de uma ligeira tendência de aceleração do movimento do comércio, impulsionada, principalmente, pelo crescimento do crédito e pelos saques dos recursos do FGTS.
Ainda assim, é preciso ressaltar que os efeitos dos recursos do FGTS rapidamente se dissiparão, como ocorreu em 2017, sem uma melhora substancial da dinâmica do mercado de trabalho e do comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas.
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