O sexto painel do evento Summit Sportlab contou com a participação do mediador Luiz Fernando Nascimento, gerente executivo do Instituto Compartilhar. Ele defendeu que, apesar de as Leis de Incentivo fiscal serem importantes, não podemos deixar que as instituições dependam delas para continuarem a se manter.
São muitas as crianças utilizadas como referência para cases da imprensa. E há uma grande dificuldade em explicar ao financiador que alguns meninos e meninas simplesmente podem ser bem sucedidos em universidades que não tenham relação com esporte ou em qualquer outra profissão. O investimento não é resulta sempre em medalhas olímpicas.
“O fomento a esportes educacionais é sempre um desafio”, pontuou Lais de Jesus, gerente do Projeto Grael, que envolve exclusivamente com crianças. Segundo ela, é muito difícil mobilizar-se socialmente, hoje, no país. A inciativa, que trabalha com esportes como vela, canoagem e natação, depende 80% desses incentivos. No entanto, ela ainda acredita na profissionalização do setor e na importância do projeto (que completa 21 anos).
O diretor-geral da Fundação Gol de Letra, Sóstenes Brasileiro, comentou que no projeto existem dois eixos, sendo que um deles é o esportivo, contemplando 70% do que a organização produz. Dentre esse percentual, 40% vive por meio de financiamento. “A Lei de Incentivo é o que existe. O Brasil escolheu esse caminho, diferentemente da Europa, por exemplo. E as empresas, hoje, acomodam-se a isso˜. A fundação também capta recursos por meio de eventos beneficentes e tenta se equilibrar em outras possibilidades para angariar recursos.
O Instituo Ayrton Senna, representado pela gerente executiva Samira Miguel, é uma referência em projetos sociais no Brasil e não possui incentivos. Desse modo, sobrevive de um mix de fontes de recursos. “Hoje, fazemos divulgação da figura do Ayrton, mas também buscamos construir um marketing relacionado à marca (para demonstrar que a empresa que apoia uma causa específica pode defendê-la por meio da nossa instituição). Ainda assim, permitimos doações e sabemos que existem enormes desafios a serem vencidos.”
Imagem: Mateus Souto/R1