A Lululemon Athletica Inc. construiu sua marca convencendo as mulheres a usarem calças caras de ioga mesmo quando não estavam indo para a academia. Atualmente, a empresa está apostando no público masculino.
Calvin McDonald, diretor executivo da Lululemon, disse que a receita total da marca com vendas de roupas masculinas cresceu 38% no terceiro trimestre. Ele destacou as fortes vendas de agasalhos, calças, roupas íntimas e reiterou o objetivo da empresa de dobrar os negócios para os homens até o final de 2023.
Os executivos da empresa disseram aos investidores que 21% das vendas de US$ 3,3 bilhões da Lululemon no ano passado vieram de produtos masculinos.
Agora, enquanto procuram expandir esse negócio, desejam convencer os compradores masculinos de que suas calças valem um preço aproximado de US$ 200 para o modelo mais caro.
A Lululemon está apostando em homens como Joseph Frilot, um professor de 28 anos que estava procurando calças que “parecessem sociais, mas fossem confortáveis como moletom”. Ele encontrou o que desejava na marca de bilhões de dólares e comprou um par.
“Eles têm um preço alto por um par de calças”, disse Frilot, que pagou US$ 128 por elas. “Quero comprar mais um par, mas as calças provavelmente são tudo o que eu comprarei deles.”
Fundada em 1998, em Vancouver, no Canadá, a Lululemon foi baseada no grande aumento de entusiastas do yoga. A empresa patenteou o “Luon”, um material que dá uma sensação suave às calças de ioga e se expandiu para outros produtos, desde sutiãs esportivos a calças e roupas de trabalho.
Desde então, os concorrentes inundaram o mercado com alternativas mais baratas, buscando capitalizar a tendência “athleisure”, aumentando a pressão sobre a empresa para baixar preços ou expandir a distribuição além de suas próprias lojas e site.
McDonald, 46, disse em entrevista que não sente necessidade de reduzir preços e que a empresa ainda está nos estágios iniciais de crescimento. O executivo afirmou que deseja aumentar o conhecimento sobre a marca, que, segundo ele, ainda não é conhecida por muitos clientes, e abrir lojas adicionais na América do Norte e expandir para mercados internacionais como Europa e China.
A Lululemon informou que a receita total no terceiro trimestre saltou 23%, para US$ 916 milhões. A empresa elevou ligeiramente suas perspectivas para o quarto trimestre para US$ 1,33 bilhão, ante US$ 1,32 bilhão em receita líquida.
Parte da estratégia da empresa está indo além da área de vestuário e entrando em outras categorias, como produtos para cuidados pessoais.
Nick Kamenjarin, um advogado de 32 anos, disse que acumulou uma coleção de camisas polo, moletons, shorts e regatas Lululemon nos últimos anos. Ele disse que divulga a marca para outras pessoas e até faz recomendações de produtos.
Kamenjarin disse que a primeira vez que ele entrou em uma loja Lululemon, achou que a loja parecia mais focada em roupas femininas, mas que não deixou que isso o dissuadisse.
“Os itens pareciam bons e não tinham um logotipo de destaque, então a maioria das pessoas não estaria familiarizada com a marca”, disse ele.
A esposa de Kamenjarin, Veronica, disse que gosta de poder fazer compras junto com o marido na Lululemon: “É um bom momento para se relacionar”.
Com informações do The Wall Street Journal
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