A melhoria de alguns indicadores, especialmente o Índice de Confiança Empresarial e o PIB, a chegada de novas redes e a abertura de unidades com novos modelos de negócio impactaram positivamente o setor de franquias em 2019, que deve registrar um crescimento nominal em receita de 6,9% em relação ao ano anterior, aponta balanço prévio da Associação Brasileira de Franchising – ABF.
Pelo segundo ano consecutivo, os dados parciais mostram uma expansão mais intensa em termos de unidades em operação (5,1%) e redes (1,4%). Já o total de empregos diretos do setor subiu 4,8%, chegando a cerca de 1,34 milhão.
Para André Friedheim, presidente da ABF, “2019 foi um passo importante para o reaquecimento da economia brasileira que teve início no fim de 2018. Nem por isso deixamos de encarar alguns desafios e os altos e baixos típicos de um período de recuperação. O setor mostrou sua solidez, expandindo sua base instalada, aprimorando sua eficiência, adequando seu mix de produtos e serviços de forma a atrair e reter um consumidor com renda ainda comprimida.
A inovação e os ganhos inerentes de uma operação em rede também contribuíram para que o setor mantivesse um ritmo de desenvolvimento dentro de nossas expectativas apuradas trimestralmente ao longo do ano”.
O desempenho dos segmentos de Casa e Construção e Comunicação, Informática e Eletrônicos alavancaram o crescimento do setor como um todo. “Em ambos os casos, essas franquias fazem parte de áreas da economia que estão reagindo mais rápido. Em Casa e Construção, houve o aumento significativo de empreendimentos lançados e da compra e venda de imóveis que movimentam toda a cadeia.
Já Comunicação, Informática e Eletrônicos está muito associado ao aquecimento do mercado de celulares, periféricos e serviços correlatos, além de marketing digital e outras atividades online”, explica Marcelo Maia, diretor executivo da ABF.
Os dados preliminares indicam que o setor teve um ritmo de crescimento mais forte no 4º trimestre de 2019, impulsionado pela Black Friday e pela sazonalidade do período.
O movimento de expansão das unidades de franquia, que atingiu 5,1% em 2019, foi motivado pela maior disposição das redes e candidatos a franqueado em investir, a melhoria do Índice de Confiança Empresarial e do quadro econômico de forma geral.
“O panorama de juros consistentemente baixos e inflação sob controle associado à aprovação da reforma da previdência, e a algumas medidas de liberalização econômica de fato criaram um contexto mais positivo, mas é necessário que o País avance em uma agenda mais profunda de reformas a fim de recuperar o poder de compra e o emprego por parte da população e os investimentos de maior envergadura por parte de entes privados e públicos, o que colocaria o Brasil em uma rota de crescimento mais acelerado”, ressalta André Friedheim.
Os novos modelos de negócio, especialmente o home based, também concorreram para uma expansão mais ampla do setor em unidades, uma vez que facilitam o ingresso de empreendedores com menor capital inicial de investimento.
Associado à abertura de novas unidades, o volume de empregos cresceu de forma mais intensa pelo segundo ano consecutivo. A ABF estima que para cada unidade de franquia aberta em 2019 foi criada uma média de 9 postos de trabalho formal no Brasil. Nesta área, o setor de Alimentação é um dos que mais se destaca, sendo responsável, inclusive, por receber e treinar jovens em seu primeiro trabalho.
Os dados da ABF mostram que o setor continua atraindo muitas empresas, nacionais e internacionais, tanto que o total de redes de franquia em operação no País deve crescer 1,4% em 2019. “O Brasil continua a ser um mercado importante, em virtude de suas dimensões, população e características econômicas e sociais. Com isso, novas marcas continuam a chegar, além de empresas já tradicionais que adotam o sistema para acelerar seu processo de expansão com menor necessidade de capital como pudemos constatar na ABF Franchising Expo 2019”, afirma o diretor executivo da ABF.
Projeções para 2020
Observada a tendência de retomada do crescimento econômico e o avanço das reformas, a ABF projeta para este ano uma elevação do faturamento do setor de franquias de cerca de 8%. Quanto à geração de emprego no setor, a estimativa é que haja um incremento de 6%. A expansão das unidades deve ser de 6% e o número de redes pode ampliar 1%.
“Em que pese alguns dados e análises ainda não tão positivos, entendemos que, pouco a pouco, a retomada da economia brasileira vem ganhado corpo e tende a se espraiar pelo país com mais intensidade em 2020. Tanto que muitas previsões já apontam um crescimento de cerca de 2% para o PIB brasileiro neste ano. Com isso, o franchising pode manter indicadores sólidos e um faturamento mais forte, de cerca de 8%, ou até mais caso as principais reformas estruturantes na esfera federal venham a se concretizar”, pondera André Friedheim.
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