O foodservice fecha 2019 com números positivos, aumentando em +5% o número de visitas no setor, significando aproximadamente 604 milhões de visitas a mais em alimentação fora do lar do que no ano de 2018¹.
Dois cenários principais justificam esse contexto: por um lado, a recuperação lenta e contínua do setor após recessão recente, por outro lado tendências no comportamento de consumo que vêm alterando a dinâmica do segmento.
Em termos de recuperação, o que se nota é que públicos mais prejudicados no cenário recessivo começam a voltar apara o foodservice nas proporções anteriores à crise. Destacam-se neste contexto classe C e famílias, por exemplo.
Os primeiros vêm ao foodservice como um movimento de longo prazo. Acentuam-se diante do cenário econômico de recuperação das taxas de desemprego ainda muito focadas em empregos informais e autônomos, que favorece muitas vezes a remuneração em faixas periféricas.
Segundo dados o IBGE, no último trimestre de 2019 registravam-se aumento de 3,3% em empregados do setor privado sem carteira assinada ou trabalhadores por conta própria, um aumento de quase 1 milhão de pessoas em relação ao mesmo período do ano anterior².
O segundo grupo que se recupera neste período são visitas com três ou mais pessoas – incluindo famílias, isto é, mesclam adultos e menores de 18 na mesma refeição – com um crescimento de 10% em 2019 (duas vezes maior que o ritmo do foodservice).
Movimento interligado ao retorno da Classe C, que também acessa o foodservice em grupos e momentos de lazer, este crescimento ocorre não só dentro dos restaurantes e lanchonetes, mas também dentro de casa: 31% do crescimento dos grupos é unicamente dentro do delivery digital.
Delivery digital, aliás, é tendência que continua impulsionando o foodservice e revisitando a dinâmica de consumo. Hoje representa 5% de todos os pedidos realizados no foodservice, e cresce dois dígitos nos dois últimos anos, em ritmo descolado do cenário de recessão e posterior lenta recuperação do setor.
Acompanhar informações sobre o cenário econômico e transformações no comportamento de consumo nos permitem antecipar tendências que vêm pra transformar não só o foodservice, mas o varejo como um todo, e se beneficiar das novas dinâmicas do segmento.
¹Fonte: Pesquisa CREST® com consumidores de refeições preparadas fora do lar, realizada pela GS&NPD, parte integrante do Grupo GS& Gouvêa de Souza. Para dúvidas ou obter mais detalhes da metodologia; entre em contato no e-mail: info@gseinteligencia.com.br
²Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua mensal
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