Durante live promovida nesta quarta-feira (1° de abril), em parceira com a GS&MD, empresa do Grupo GS& Gouvêa de Souza, lideres da C&A, Grupo Boticário e Grupo Dia compartilharam suas visões sobre a atual crise que o brasil enfrente, decorrente da pandemia causada pelo novo coronavírus.
O evento on-line, conduzido por Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral e fundador do Grupo GS& Gouvêa de Souza, foi o primeiro de uma série que deve acontecer nas próximas semanas. Nesta sexta-feira (3 de abril) o webinar terá como tema “Shopping Center” e contará com Jae Ho, CEO do Grupo Ornatus (Morana); Rodrigo Caseli, CEO do Grupo Avenida; Vander Giordano, vice presidente Institucional da Multiplan e Vicente Avellar, COO da BrMalls.
Abaixo estão destacados trechos da primeira edição. Confira:
ARTUR GRYNBAUM – PRESIDENTE DO GRUPO BOTICÁRIO
A preservação dos empregos neste período de crise em razão da pandemia de coronavírus deve ser uma prioridade das companhias, disse nesta Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário.
“Precisamos fazer tudo que está em nosso alcance para preservar os empregos, seja dando férias, licença não remunerada ou redução de salário para ter as pessoas capacitadas conosco na retomada”, afirmou Grynbaum.
Na semana passada, a concorrente Natura &Co enviou um comunicado interno aos funcionários das operações na América Latina comprometendo-se a não adotar nenhum programa de demissão por 60 dias. O documento, chamado de pacto, foi assinado por 11 integrantes do comitê executivo, entre eles João Paulo Ferreira, que comanda as atividades na região.
O acionista do Grupo Boticário disse que esta crise tem características bem diferentes porque ninguém nunca imaginou ficar com as lojas fechadas e a população confinada. “Somos uma cadeia bastante completa e tentamos atravessar [este período] da maneira menos dolorosa possível.”
PAULO CORREA – CEO DA C&A
Com cerca de 300 pontos de venda no Brasil fechados devido à pandemia o novo coronavírus (Covid-19), a C&A aproveita o momento para maximizar a operação de comércio eletrônico, única loja que está aberta. “Estamos discutindo sobre sortimento, marketing, cadastro e gestão de clientes, algo em que não tínhamos conseguido avançar”, afirmou Paulo Correa, CEO da C&A.
Segundo o executivo, a integração entre on-line e off-line está sendo acelerada neste momento em que a loja virtual virou o grande centro de atenção. Na operação, apenas o centro de distribuição que atende o comércio eletrônico está funcionando.
Correia disse que o fechamento das lojas está causando bastante impacto ao varejo de vestuário. “Fizemos uma série de iniciativas para maximizar o canal on-line e preparar a companhia para a volta”, afirmou o presidente, que já discute com a equipe quais mudanças poderá fazer nos caixas e nos provadores para proteger os colaboradores e clientes na retomada.
“Estamos repensando a jornada do consumidor na loja”, disse. Mas lembrou que, neste cenário de isolamento social, os clientes passam mais tempo nas redes sociais e navegando na internet do que antes da crise. Portanto, ele considera que agora as empresas devem pensar como integrar este tempo à jornada física.
MARCELO MAIA – CEO DO GRUPO DIA
A retomada após a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) vai provocar impactos no varejo decorrentes da mudança de comportamento do consumidor, avalia o presidente da rede de supermercados Dia, Marcelo Maia. O executivo, que assumiu o comando da varejista em 17 de fevereiro, ressaltou que a nova realidade dos negócios no país deverá provocar uma alteração no portfólio de produtos.
“Vamos ter um consumidor mais arredio e poder de consumo menor. [No setor de] bens duráveis, será preciso pensar em novas formas de financiar o cliente”, disse o executivo, que até 2010 atuou na varejista de eletroeletrônicos Lojas Maia, fundada em João Pessoa (PB) e posteriormente adquirida pelo Magazine Luiza.
A rede Dia, que tem 900 lojas no Brasil, com maior concentração em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, viu um aumento exponencial da demanda a partir de 16 de fevereiro, com a população buscando fazer estoque para a quarentena nas principais cidades.
Maia disse que agora o abastecimento está normal, exceto pelo álcool em gel. “Nas lojas, a prioridade é a segurança dos trabalhadores e dos clientes. Temos termômetros nas lojas e os funcionários usam luvas para manusear os produtos. Montamos uma operação de guerra e todos os dias nos reunimos em comitê de crise”, afirmou o executivo da rede controlada pelo fundo de investimentos LetterOne, que detém 70% das ações.
Com informações complementares do jornal Valor Econômico
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