As vendas de produtos de giro rápido (FMCG) nas seis maiores economias da América Latina se acomodaram e passaram por um momento de normalização do crescimento no contexto gerado pelo Covid-19, segundo estudo da Nielsen feito na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru na semana de 23 a 29 de março.
O movimento ocorreu após a forte alta nas semanas de 9 a 22 de março, no período pré-quarentena, em um claro comportamento de abastecimento para a vida mais restrita imposta pela Covid-19. O desenvolvimento do período estudado pela Nielsen é semelhante ao registrado pela China, Espanha e Itália em períodos similares.
De acordo com o levantamento, os países que apresentaram queda nas vendas de FMCG no varejo moderno ainda durante a crise do Covid-19, na comparação com a mesma semana de 2019, foram Brasil (-5%), Chile (-16%) e Colômbia (-2%). Apenas Argentina, México e Peru tiveram altas de 55%, 19% e 4%, respectivamente. No entanto, esses percentuais são bem menores que os registrados na semana anterior (16 a 22 de março), quando Argentina, Colômbia e Brasil registraram crescimentos de 112%, 111% e 75%, em relação ao mesmo período do ano passado.
O desempenho deste último intervalo de março analisado pela Nielsen coincide também com o fato de todos os países estarem no “Estágio #5 – Vida Restrita”. Ou seja, nesta etapa, como as visitas ao ponto de venda são restringidas, há uma preocupação com a possibilidade de substituição de produtos esgotados e um possível aumento de preços.
Saúde
Os produtos relacionados à saúde tiveram um salto de consumo, como o álcool gel no Peru, por exemplo. Lá a expansão foi de 1120% no comparativo com a mesma semana de 2019. Foi a alta mais significativa entre os seis países analisados. A Argentina registrou crescimento de 54% na procura por itens desta categoria, Chile, 10%, e México, 3%. Brasil e Colômbia tiveram quedas de -12% e -10%, respectivamente.
Limpeza
Na cesta de limpeza, apenas Argentina (+83%) e México (+36%), apresentaram aumento nas compras de produtos do segmento. O Brasil teve uma variação positiva de 1%, enquanto Colômbia, Chile e Peru mostraram desempenhos negativos de -7%, -6% e -2% no período.
Alimentos
E, se até este momento, a reposição de alimentos vinha impulsionando as vendas, na comparação entre os dias 23 de março e 29 de março de 2020 com o mesmo período de 2019, a Nielsen verificou quebras nas compras do Chile (-15%), Colômbia (-5%) e Brasil (-1%). Já Argentina, México e Peru mantiveram o ritmo de compras de reposição, com altas de 57%, 22% e 11%, cada.
Em quatro dos principais mercados consumidores da América Latina, a procura por alimento de preparo rápido aumentou. Sendo assim, argentinos, mexicanos, peruanos, colombianos e brasileiros compraram mais produtos desta categoria. As altas foram de: 76%, 39%, 38%, 18% e 7%, respectivamente. Além disso, os snacks também estão com vendas em ascensão na Argentina (+78%), México (+22%), Peru (+20%) e Colômbia (+4%).
Reposicionamento
Com a alta demanda apresentada durante a preparação para a quarentena, o mercado varejista enfrentou desafios importantes em sua cadeia de suprimentos e na disponibilidade de mão de obra qualificada. Essas situações afetaram, especialmente, as primeiras semanas na logística de entrega.
De acordo com uma pesquisa especial sobre Covid-19 realizada com varejistas na América Latina no mês de março, algumas medidas foram tomadas rapidamente por esses players para garantir a segurança dos seus clientes e funcionários e, ao mesmo tempo, assegurar o abastecimento dos lares.
Dessa forma, foi possível reduzir a ruptura em gôndolas e melhorando a logística de entrega. Para isso, 60% dos varejistas declararam ter ampliado seus sistemas de entregas aos consumidores. Dentro desse quadro, 64% dos estabelecimentos optaram por reduzir o número de pessoas dentro das lojas como forma de proteção. Confira abaixo alguns destaques:
Para mais informações sobre análises globais da Nielsen em relação à Covid-19, acesse este site.
Com informações do portal E-commerce Brasil.
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