“Bares e restaurantes não vendem somente comida e bebida. As pessoas vão a esses lugares para se alimentar, mas também para ser felizes”, disse Ricardo Garrido, um dos sócios da Cia. Tradicional de Comércio, rede de bares e restaurantes composta por casas como Original, Pirajá, Astor, Bráz e Lanchonete da Cidade, durante live da Mercado & Consumo nesta amanhã. Ao lado dele estava João Augusto Fugiwara, diretor Regional da Subway e Adrían Aguilera, diretor de Expansão do Cinépolis.
Ricardo define a Cia. Tradicional do Comércio como uma empresa de entretenimento gastronômico casual. O negócio possui 40 operações – a maioria em São Paulo e conta com cerca de 1.300 colaboradores. O empresário, que está em Nova York fazendo uma reciclagem para trazer ao Brasil novidades e tendências do setor, disse que mundialmente o setor de bares e restaurantes tem sido o mais atingido pela pandemia. “Nossa essência é congregar a união das pessoas, ação que, infelizmente, está proibida hoje em dia”, lamentou.
O setor de foodservice foi um dos mais afetados pela crise dessa pandemia, uma vez que as operações tiveram que fechar suas portas. Com isso, o delivery precisou amadurecer para atender a alteração de comportamento do consumidor
Segundo Garrido, após a crise o setor sairá mais fortalecido, uma vez que o consumidor está ansioso e com saudade do ambiente que bares e restaurantes proporcionam. “Nessa retomada vamos precisar preparados para atender as novas demandas de um novo consumidor ainda mais exigente, que sai de casa em busca de ambiente e alimentação seguros”, alertou o empresário.
A retomada do segmento deverá ser de forma equilibrada no ponto de vista do sócio da Cia. Tradicional de Comércio. Ele disse que a rede contará com três pilares importantes nessa fase, entre eles, Governo com definição dos protocolos, empresariado cumprindo essas exigências e principalmente a sociedade que terá tempos diferentes para retomada da confiança em voltar para o mundo do entretenimento. “Resumindo, o comportamento do consumidor é que vai determinar como tudo vai ser”, contou.
Sobre a reconexão com os clientes, Garrido disse que a hospitalidade digital fará parte do “novo normal”. Para ele, um dos desafios pela frente está em como continuar ofertando hospitalidade em um mundo altamente digitalizado. Ele explicou que ele e os sócios estão estudando como as restrições – que ainda irão continuar por um período indeterminado – serão vencidas com outras ideias. ”Este processo de digitalização veio para ajudar, não tenho dúvidas, mas precisamos nos adaptar em conjunto com os clientes para não perdemos a essência.”
Para concluir, o empresário disse que o mais importante do que prever o futuro da economia é montar cenários. Na sua visão, os donos de negócios podem se planejar para seguirem com um cenário ok, um ruim e um péssimo. “É importante se planejar neste sentido e entender como levaríamos os nosso negócios em cada um desses cenários”, finalizou.
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