Mesmo com a alta da inflação, as condições para a manutenção dos juros básicos da economia permanecem as mesmas. A conclusão consta da ata da última reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, que, na semana passada, manteve a Selic em 2% ao ano.
Para o comitê, a expectativa é de alta na inflação no curto prazo. “Contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade”, diz a ata.
Mas, de acordo com o documento, “os preços administrados [tarifas de água, esgoto e transporte público, por exemplo] devem apresentar variação contida, destacando-se o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro”.
Assim, as projeções de inflação estão significativamente abaixo da meta para o horizonte relevante de política monetária. Além disso, segundo a ata, o regime fiscal não foi alterado e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas.
Espaço para mais cortes é pequeno
No documento, o BC também reiterou que, por questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço para cortar ainda mais os juros, se existente, deve ser pequeno.
Os integrantes do Copom avaliaram ainda que “dados recentes” sugerem uma “recuperação parcial da atividade econômica”.
De acordo com a ata, “os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento. Contudo, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas”.
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