Recentemente, diversas polêmicas foram geradas após o Magazine Luiza e a Bayer anunciarem seus programas de trainee com foco para jovens negros. Movimentos como esse são importantes para aumentar a diversidade e combater o racismo estrutural que existe nas empresas brasileiras.
Recentemente, a Mosaiclab realizou o estudo “Consumidor do Amanhã”, em que foi mapeada a percepção da sociedade sobre tendências, movimentações sociais e culturais de diversas temáticas, inclusive abordando temas como discriminação, intolerância, racismo e bullying.
Os brasileiros se consideram respeitosos com os demais: 64% declaram que esse é um traço forte da sua personalidade, mas, no dia a dia, há preconceitos velados e abertos que são muito preocupantes.
Pensando no futuro, nos próximos 5 a 10 anos, 93% acreditam que discriminação, preconceito e intolerância ainda serão problemas na nossa sociedade. Um terço das pessoas (27%) acredita que bullying no ambiente de trabalho ainda incomodará os funcionários.
Entre os principais problemas relacionados a intolerâncias e discriminação que os brasileiros consideram que ainda serão preocupantes no futuro, temos os relacionadas a:
- 56% cor da pele (racismo);
- 48% orientação sexual;
- 47% gênero;
- 46% xenofobia contra imigrantes, refugiados;
- 46% opção religiosa;
- 41% nível econômico (status social);
- 41% aparência (gordofobia, estereótipos, etc.);
- 40% mais velhos, idosos;
- 27% portadores de necessidades especiais.
Há um desejo de mudança latente pela sociedade, a tendência de INCLUSÃO GENUÍNA, retratada no estudo: vontade que se rompam preconceitos, busca por aceitação e respeito verdadeiro no dia a dia e no ambiente de trabalho.
Nesse mesmo estudo, constatamos que a população visualiza as empresas como vetores positivos de mudança social, que elas contribuem efetivamente para avanços, incluindo o tema discriminação.
Confirmando esta tendência, 64% consideram que teremos mudanças positivas no mercado de trabalho nos próximos 5 a 10 anos, com maior inclusão e diversidade:
- Maior inclusão, oportunidades e aceitação para diversidade de forma geral (étnica, gênero, cultural, etc.);
- Maior inclusão, oportunidades e aceitação para portadores de necessidades especiais (física e mental);
- Maior inclusão, oportunidades e aceitação para pessoas mais velhas e idosos.
Além disso, 51% das pessoas consideram que as empresas promoverão mais mudanças relacionadas a igualdade de gênero:
- Equiparação salarial entre homens e mulheres;
- Equiparação de direitos mulheres e homens quando tiverem filhos (tempo de licença, horários flexíveis, etc.).
Conversar e tomar ações assertivas com relação a esses temas nas empresas são atitudes mais que esperadas pela população e pelos funcionários. Empresas que desejam sucesso futuro, crescimento constante, funcionários satisfeitos precisam estar atentas a essas movimentações e incorporar verdadeiramente planos de ação nas suas políticas de Recursos Humanos.
Karen Cavalcanti é sócia-diretora da Mosaiclab, área de inteligência de mercado do Gouvêa Ecosystem.
Imagem: Reprodução