A rede de varejo Havan não vai mais, pelo menos por enquanto, fazer o seu IPO (sigla em inglês para oferta inicial de ações) na bolsa brasileira. A desistência foi oficializada nesta segunda-feira (26) e divulgada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça (27).
O prospecto da companhia havia sido protocolado no fim de agosto. A expectativa era captar R$ 10 bilhões com a abertura de capital e chegar aos R$ 100 bilhões de valor de mercado. Os recursos seriam usados em investimentos em expansão de lojas e do centro de distribuição, tecnologia e reforço no capital de giro.
No começo do mês, informações divulgadas pela Agência Estado já davam conta da possível desistência da da empresa de Luciano Hang A varejista teria sido aconselhada pelos bancos a adiar o IPO por causa da alta volatilidade do mercado de ações.
Processo complexo e de risco
A desistência, o entanto, ocorre em um momento em que outras grandes redes de varejo brasileiras, como Grupo Mateus e Petz, colhem bons resultados de seus IPOs e várias outras formalizam pedidos.
“Tivemos uma onda de empresas entrando na fila buscando aproveitar uma janela na bolsa com a conjuntura do juro baixo e um consequente maior apetite ao risco. Essas empresas objetivam abrir seu capital visando levantar recursos para, em sua maioria, financiar sua expansão de canais e logística, reforçar o caixa, fazer aquisições e reduzir seu endividamento”, analisa Eduardo Yamashita é COO da Gouvêa Ecosystem.
Ele destaca que, por outro lado, o processo é complexo e requer alocação grande de foco. “É preciso organizar a empresa, mudar sua cultura, criar novos processos e convencer os investidores de que a empresa vale o que está sendo pedido do valuation e que tem potencial de crescimento. Dessa forma, algumas empresas optam por desistir ou postergar os planos ao encontrar impeditivos relevantes em uma ou mais partes dessa jornada.”
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