A bolsa brasileira, a B3, terminou a semana com o pior desempenho desde março, quando os primeiros efeitos da pandemia de Covid-19 começaram a ser sentidos no País. O principal índice de ações, o Ibovespa, teve recuo de 2,72% e fechou a sexta-feira aos 93.952 pontos. Na semana, a queda acumulada foi de 7,22%.
O Ibovespa vinha numa trajetória de alta e chegou a operar acima dos 100 mil pontos na semana passada, mas despencou nos últimos dias despencou nesta semana, o que fez com que os ganhos recentes fossem revertidos. Em outubro, o índice acumulou queda de 0,69%.
Os últimos dias foram abalados, principalmente, pelo avanço de casos de Covid-19 na Europa. A imposição de novas medidas de lockdown em diversos países do continente influenciou as projeções de recuperação da economia europeia.
Balanços acima das expectativas
O mercado também está sendo influenciado pelas tensões com a proximidade das eleições norte-americanas, que serão realizadas na próxima terça-feira (3). A indefinição no resultado e a possibilidade de contestação de votos enviados pelos correios têm deixado os investidores nervosos em todo o planeta.
“Apesar das preocupações, a queda [do Ibovespa] parece exagerada e entra em contraste com os bons balanços que as empresas vêm soltando nos resultados no terceiro semestre de 2020, acima das expectativas do mercado”, analisa o sócio- fundador da iHub Investimentos, Paulo Cunha.
Ainda assim, segundo ele, o momento é de cautela. “Alguns investidores têm aproveitado o momento para comprar alguns papeis a preços mais baixos e a recomendação tem sido de não vender ou alterar de maneira significativa o portfólio. Por outro lado, a bolsa local e os fundos internacionais ligados às ações continuam sendo indicados para investidores de perfil moderado e agressivo.”
Câmbio marcado por instabilidade
A semana foi marcada, também, por instabilidade no mercado de câmbio. O dólar comercial fechou a sexta-feira vendido a R$ 5,737, com recuo de R$ 0,027, ou de 0,47%.
A moeda norte-americana chegou a passar dos R$ 5,80 no meio do dia, mas, após uma intervenção do Banco Central, que vendeu US$ 787 milhões das reservas internacionais à vista, o quadro de alta começou a ser revertido.
Na semana, o dólar subiu 1,97%; o mês de outubro teve 2,18% de alta, a terceira mensal seguida. Em 2020, a divisa acumula valorização de 43%.
Com informações da Agência Brasil.
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