O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que, se houver uma segunda onda de contaminações pelo novo coronavírus no Brasil, o governo voltará a conceder o auxílio emergencial aos brasileiros em situação de vulnerabilidade econômica.
“Se houver uma segunda onda, não é uma possibilidade, é uma certeza [que o governo vai pagar novamente auxílio emergencial]”, disse, no evento do Dia Nacional do Supermercado, organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Mas Guedes enfatizou que considera a probabilidade de nova onda de contaminações “baixa”. De acordo com ele, o plano do governo é retirar o auxílio aos poucos até o final do ano. “Estamos retirando os estímulos, de R$ 600 baixa pra R$ 300 e, depois, aterriza ali na frente numa versão Renda Brasil ou no própria Bolsa Família. Temos as duas possibilidades. É uma escolha política.”
Em agosto deste ano, o presidente Jair Bolsonaro disse que a proposta de criação do programa Renda Brasil estava suspensa. O programa pretendia expandir o Bolsa Família. A proposta da equipe econômica era retirar o abono salarial para quem ganha até dois salários mínimos para financiar o novo programa.
Contribuição sobre transações digitais
Guedes voltou a defender a criação de uma contribuição sobre transações digitais como forma de substituir a desoneração da folha de pagamentos. Segundo o ministro, o governo tem o compromisso de não aumentar a carga tributária.
“Esse compromisso de não aumentar imposto significa que vamos fazer um programa de substituição de carga tributária. Não queremos criar um imposto, queremos a desoneração da folha de pagamentos”, afirmou. Ele acrescentou que, para desonerar a folha de pagamentos e estimular a criação de emprego formal no País, é preciso encontrar uma “forma de financiamento”.
Guedes disse, ainda, que “não haverá aumento de imposto para quem paga imposto”. De acordo com o ministro, haverá imposto sobre dividendos e se, houver tributação das transações digitais, “quem não pagava vai começar a pagar”. Ele acrescentou que essas mudanças dependem de momento político adequado.
Inflação e recuperação da economia
O ministro reforçou que a “economia brasileira está voltando com força”. Ele disse que foi considerado muito otimista quando a crise gerada pela pandemia começou. “Me surpreendeu a velocidade com que a economia está voltando, bem acima da minha visão que era considerada otimista”, disse. Segundo Guedes, os sinais da rápida recuperação da economia brasileira estão na arrecadação de impostos neste mês e no aumento do consumo de energia elétrica.
Sobre a inflação, Guedes afirmou que muita gente fica com raiva dos supermercados quando vê os preços dos alimentos mais caros, mas os estabelecimentos são apenas “uma plataforma de distribuição”. “Se esse produto já chega caro porque subiu o câmbio ou a demanda foi forte e os preços subiram, temos de deixar a engrenagem do mercado funcionar”, disse.
Para o ministro, com os preços altos, o setor agrícola brasileiro vai aumentar a produção. Guedes acrescentou que o governo pode reduzir tarifas de importação quando houver “abusos”” nas altas dos preços para estimular a competição e, assim, segurar a inflação.
Com informações da Agência Brasil
Imagem: Agência Brasil