Estamos em 2004 ou vamos para 2024?

Por Ana Paula Tozzi*

– As notícias da economia são desalentadoras – câmbio, juros, inflação, ajustes, aumento de impostos. Estamos discutindo se voltamos ao cenário de 2004, aquele fatídico do inicio da crise, ou estamos mirando para 2024? Para os que têm boa memória (ou são fãs do Google), entre 2004 e 2008 enfrentamos uma das piores crises mundiais. Nesta época, a taxa de juros americana subiu de 1% para 5,35% e o mercado imobiliário começou a agonizar com o falecimento do sub-prime (hipotecas de alto risco) em 2008. Nessa época, Ben Bernanke, diretor-geral do Federal Reserve (FED) chegou a postar que os Estados Unidos perderiam U$100bi com essa crise. Bom, cá estamos 10 anos depois com a recuperação dos EUA, que em 2014 cresceram 2,4% (quinto ano consecutivo de alta após o pico negativo de 2009, com -2,8%).

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Por que resgato a história dos EUA? Não é para comparar com o Brasil, mas, definitivamente, inspirar você a pensar na sua empresa como Bernanke*.

No início deste ano, na NRF2015, uma das palestras mais inspiradoras foi a de Bernanke, quando detalhou como foram esses anos e o que o País fez para sair do buraco. Além de reconhecer os erros do passado, planejar o longo prazo foi fundamental. Falou do back to basics (fazer o básico bem feito), assunto que já explorei em artigo anterior e explicou como o País escolheu prioridades e focou esforços, investimentos e gestão nos resultados para os próximos 10 anos.

Inovação é o foco do meu artigo hoje.

Em 2011 o Governo norte-americano publicou a seguinte missão: “A chave da continuidade do nosso histórico de sucesso será competir através do desenvolvimento de novos produtos, da criação de novas industrias e por meio da manutenção do nosso status de engrenagem principal no desenvolvimento cientifico e da inovação tecnológica. É absolutamente essencial para o nosso futuro. (National Economic Council, Council of Economic Advisers, and Office of Science and Technology Policy, 2011)”. A partir daí, foram criadas e implementadas politicas públicas, fortalecendo universidades e indústria, para garantir os resultados dos próximos anos.

No meu entender, as empresas que pensarem em inovação de produtos, serviços, processos e gestão serão aquelas que vão sentar na ultima cadeira. Lembra, no colégio, da dança das cadeiras? Quando a música para, ganha quem sentar primeiro. O Brasil, até final de 2013, tinha sete cadeiras para seis jogadores. Hoje, temos três cadeiras para seis jogadores. Quem senta e quem ficará fora?

A cadeira será sua se você seguir alguns passos:

Passo 1 – Reconhecer os erros do passado. Olhe para dentro da sua empresa e faça um grande diagnóstico. Identifique suas oportunidades de melhoria e as estruture em planos de ação, com equipe, prazos e retorno sobre investimento. Isso o ajudará a priorizar as ações;

Passo 2 – Racionalizar processos e recursos. Os processos básicos devem ser simples, rápidos e eficientes. As equipes pequenas, bem treinadas e com garra por resultados. Faça Orçamento Base Zero (OBZ);

Passo 3 – Racionalizar carteira de produtos/serviços. Gere fluxo caixa de caixa livre para investir nos produtos e serviços reconhecidos pelos seus clientes;

Passo 4 – Por último, identificar: onde estão seus diferenciais? Entenda onde estão seus diferenciais competitivos: FOCO NELES! Aloque recursos para inová-los! Repense, crie, arrisque e inove! É aqui que você ganhará espaço no mercado.

Afinal, o que todos queremos é estar mais fortes ao final da crise, em forma para surfar a nova onda de crescimento do nosso Brasil. Amém.

*Ana Paula Tozzi (ana.tozzi@agrconsultores.com.br) é sócia da GS&AGR Consultores.

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