Os consumidores estão priorizando a saúde e a segurança na hora de ir às compras diante das mudanças contínuas e das incertezas decorrentes da pandemia Covid-19. Esse comportamento já tinha sido apontado por uma pesquisa feita consultoria americana McMillan Doolittle em maio, e foi confirmado na nova edição semestral do estudo, feito com 2 mil pessoas nos Estados Unidos. Ou seja: quando se consideram as percepções dos consumidores em relação à pandemia, poucas mudanças significativas foram observadas nesses seis meses.
De acordo com a pesquisa, mais de 4 em cada 5 consumidores afirmaram que a pandemia global teve influência nas suas atitudes de compra e impactou nas suas perspectivas para o futuro. No final de novembro, mais de um terço (36%) fez esse relato, índice ligeiramente acima dos 34% de maio.
O estudo mostra que o impacto da pandemia foi sentido de forma diferente de acordo com aspectos dos mais diversos, como preferência política e local de residência dos respondentes. Nos dois momentos em que o levantamento foi feito, aqueles que se identificam como democratas estiveram mais propensos a relatar que a Covid-19 teve influência nos seus hábitos.
Moradores de ambientes urbanos também citaram um impacto maior do que aqueles que residem em áreas suburbanas ou rurais. Mas, na pesquisa mais recente, essa diferença diminuiu – reflexo da propagação da Covid-19 em cidades menores durante o pico do outono americano.
Cinco perfis diferentes
A pesquisa dividiu os consumidores em cinco perfis diferentes, classificados de acordo com o comportamento que adotaram na pandemia e a percepção que têm dela. Eles foram chamados de “Esperançosos em casa”, “Preocupados com estoques”, “Negócios como de costume” e “Tempos difíceis à frente”.
O resultado de agora mostra que 33% dos consumidores (3 pontos porcentuais a mais do que em maio) relataram mudanças em suas rotinas de compras, aderiram ao distanciamento social e se sentem cautelosamente otimistas em relação a este período desafiador. É o grupo chamado de “Esperançosos em Casa”, formado por pessoas que passaram a fazer mais compras online, tendem a se identificar como democratas, são mais jovens, têm renda média ou alta e níveis de educação mais elevados, além de serem urbanos ou suburbanos.
Em segundo lugar (27% dos respondentes, ou 2 pontos porcentuais a menos do que em maio) estão os “Preocupados com estoques”. Eles se preocupam com sua família e os efeitos de longo prazo da crise. São pessoas geralmente acima dos 65 anos e, portanto, mais propensas às complicações causadas pelo vírus. No estudo feito pela McMillan Doolittle em novembro, os entrevistados que viviam em pequenas cidades ou áreas rurais, no Meio-Oeste, e tinham níveis de renda de inferiores a médios, eram mais propensos a se enquadrar nessa categoria.
Cerca de 1 em cada 5 (21%, um ponto a mais do que em maio) dos consumidores entrevistados não relatou nenhuma mudança significativa em seu comportamento de compra, mas sente-se ansioso para voltar às suas rotinas diárias normais. Esses consumidores, da categoria “Negócios como de costume” têm mais probabilidade de ser homens, brancos, morar em cidades menores ou comunidades rurais e se identificarem como republicanos.
Finalmente, cerca de 16% (1 um a mais do que em maio) dos consumidores pesquisados agrupam-se no “Tempos difíceis à frente”. Eles relatam trabalhar duro para cortar seus gastos e são mais propensos do que a média a serem millennials que vivem em comunidades urbanas, com rendimento menor e identificação com os democratas. Os 5% restantes dos entrevistados optaram por não se autorrelatar sobre as afirmações sondadas.
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