Grandes redes de varejo, como Tok&Stok e Renner, estão expandindo as operações por meio de lojas menores. O objetivo é, além de aumentar a capilaridade das marcas, promover a integração completa com o e-commerce e oferecer experiências mais customizadas aos consumidores.
A Tok&Stok Studio acaba de ser inaugurada em Brasília (DF). A loja tem cerca de 600 m² e vende 5 mil produtos, entre acessórios e artigos de decoração. “É um modelo de loja otimizado, pensado e desenvolvido para imprimir mais velocidade ao crescimento da empresa em 2021. O novo formato entrega aos clientes uma curadoria de acessórios e propicia a ampliação da presença da marca no País”, afirma o diretor-executivo comercial Gabriel Miceli.
A loja é baseada no conceito omnichannel, com a integração de características dos ambientes digital e físico, e no one stop shop, a oferta de uma variedade de itens de decoração e serviços em um só lugar. Há, ainda, opção do serviço clique e retire (comprar no site ou aplicativo e retirar em loja) e atendimento via WhatsApp.
Estoque omnichannel
Em abril, a Lojas Renner inaugurou em Garibaldi, na Serra Gaúcha (RS), uma guide shop de 200 m². O espaço tem uma seleção de peças femininas, masculinas, infantis e amostras de perfumaria, mas o cliente pode comprar todos os produtos do estoque omnichannel da varejista, além de acessar os serviços e as soluções financeiras da Realize.
“Os clientes podem conhecer as novas coleções, sentir os tecidos e texturas e experimentar as peças antes de efetuar a compra online, no local, com a assistência de colaboradores. É mais um avanço na nossa jornada de transformação digital, com foco no encantamento”, diz a diretora de Operações da Lojas Renner, Fabiana Taccola.
O pagamento também pode ser feito de forma digital, por meio do próprio celular do consumidor ou em tablets e computadores disponíveis no espaço. É possível receber os produtos em casa, com frete grátis, ou agendar a retirada na unidade, que também funciona como ponto de troca.
Experiência única e curadoria
O sócio-diretor da Gouvêa Consulting Jean Paul Rebetez destaca que outras grandes redes estão apostando em formatos menores. Ele cita como exemplos a Telhanorte, que no ano passado investiu no modelo TelhanorteJá, que tem em média 200m² e disponibiliza os mais de 40 mil produtos da gama do homecenter por meio do conceito conhecido como “prateleira infinita”; e a Leroy Merlin, que também em 2020 anunciou a abertura de lojas menores parar aumentar a presença nas capitais e acelerar a entrega do pedido online.
“Esses novos formatos, de certa forma, integram mais o online como offline e oferecem uma experiência única para o consumidor, que passa a ter acesso a todo o sortimento da marca. Eles também contam com curadoria especial: cada colaborador é orientado para atuar em uma categoria específica e eles se tornam verdadeiros especialistas no assunto, o que também deixa essa jornada de compra mais interessante”, analisa Rebetez.
O especialista chama a atenção, ainda, para todas as possibilidades embutidas na omnicanalidade, como a equiparação de valores cobrados em outras lojas físicas ou no site e a precificação dinâmica dos produtos. “Fora isso, essas lojas menores e mais inteligentes também são totalmente monitoradas, o que gera uma série de dados e permite a alteração de estratégias de atuação.”
Jean Paul Rebetez também destaca o fato de que muitas delas estão associadas a fintechs (caso da própria Realize, da Renner) que fazem análises mais rápidas de crédito para que o cliente possa adquirir produtos ou serviços. “As lojas menores permitem que o varejista gere mais experiência e seja mais preciso na oferta, ou seja, existe toda a inteligência agregada ao novo espaço físico.”
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