O ESG é a sigla para “environmental, social and governance“, ou ASG em português (“ambiental, social e governança”). Significa o quanto a empresa possui na sua operação práticas corporativas que se relacionam com sustentabilidade corporativa, responsabilidade social, práticas sustentáveis, ética e transparência nos negócios.
Essa sigla não é uma buzzword do mundo de negócios. A Global Sustainable Investment Alliance (colaboração de organizações associadas com foco em investimentos sustentáveis) divulgou recentemente que cerca de US$ 30 trilhões de ativos globais sob gestão estão investidos hoje em estratégias associadas ao ESG.
E não é de agora. A denominação ESG surgiu em uma conferência internacional realizada em 2005, “Who Care Wins”, que reuniu investidores, gestores de ativos, analistas e consultores globais, além de órgãos governamentais e demais instituições, trazendo à tona a relevância das iniciativas e práticas ambientais, sociais e de governança das empresas para a sustentação dos investimentos a longo prazo.
E que faz todo o sentido! Uma empresa saudável e sustentável vai além da performance financeira. Ela precisa ter uma governança corporativa representada pelo conselho administrativo que pauta as discussões relevantes para a empresa com métricas claras e específicas para orientá-la para o futuro com ética e transparência, bem como práticas sociais que garantem minimamente a qualidade de vida dos seus colaboradores. Também precisa representar a sociedade em termos de diversidade para poder conhecer o contexto de seus consumidores e as práticas que impactam o meio ambiente e que podem por em risco a credibilidade da empresa.
Na perspectiva de investidores, as empresas que são bem avaliadas no ESG se tornam ainda mais importantes para alocação dos investimentos. Segundo a XP investimentos, o primeiro filtro dos investidores é feito pelo ESG e depois o seu valuation e custo do ativo.
Com o consumidor mais informado e mais consciente nas suas escolhas em um mercado altamente competitivo, as práticas sociais e ambientais se tornam fatores de escolha especialmente no pós-pandemia. E, por fim, para que a empresa seja sustentável ao longo do tempo, é também essencial ganhar na competição da atração e retenção de talentos, reduzindo seu turnover.
Em suma, as práticas de ESG se tornam uma vantagem competitiva, reduzindo riscos a longo prazo e tendo um alto retorno sobre quaisquer necessidades de investimentos.
Para começar a praticar o ESG, nada melhor do que realizar um diagnóstico inicial para desenvolver um planejamento estratégico tomando como base as áreas de oportunidades levantadas. Se a empresa for de capital aberto, pode seguir o ISE (Indice de Sustentabilidade Empresarial) da B3 ou mesmo realizar algumas perguntas de base, como:
Questões ambientais:
- Qual é o impacto ambiental que minha empresa exerce?
- Quais são as tecnologias existentes que podem contribuir para reduzir o impacto ambiental da minha empresa?
Questões sociais:
- Como está o turnover da minha empresa?
- Qual qualidade de vida que está sendo oferecida para meus colaboradores?
- A minha empresa representa a sociedade que vivemos em termos de diversidade?
- Quais são as iniciativas da empresa que permitem uma melhor condição de vida para a comunidade?
Questões de governança:
- Temos metas estratégicas conectadas com ESG?
- A minha empresa incentiva as práticas sociais e ambientais na minha empresa em todas as áreas?
- Quais foram as últimas iniciativas implantadas?
- Meus executivos possuem indicadores de performance de ESG conectados com sua remuneração?
Importante mencionar que não é somente a alta gestão que precisa estar atenta e direcionar práticas de ESG. As iniciativas ESG precisam estar embutidas na cultura da empresa. Todas as áreas devem pensar e praticar iniciativas relacionadas a ela.
A Gouvêa Consulting, unidade de negócios da Gouvêa Ecosystem, participa de conselhos administrativos de forma consultiva para ajudar as empresas a implementar iniciativas de ESG de acordo com seu propósito e objetivos estratégicos. Conte com nosso time de especialistas!
Renata Martins é gerente sênior da Gouvêa Consulting.
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