Falar de endomarketing é uma delícia, é falar de pessoas, de quem constrói e de quem sustenta qualquer projeto dentro de uma empresa. Assim, vamos começar o nosso sexto episódio trazendo à baila quem é o motor de arranque da transformação digital. Muitos pensam que são os clientes, que precisamos atender aos seus anseios pois eles são o propósito da empresa do início ao fim.
Sim, isso é verdade. Mas nada disso vai sair do chão sem as pessoas. Como assim? Que pessoas? As nossas pessoas, o nosso público interno, o nosso cliente interno, os nossos colaboradores, o nosso time!
O nosso time é o início, o meio e o fim dessa jornada. Precisamos dele muito comprometido, esclarecido, decidido a fazer acontecer. Aí, sim, cruzaremos a nossa jornada com pleno êxito.
O endomarketing é o grande “cara” dentro da empresa! Um endomarketing bem estruturado e feito com transparência, respeito, proximidade e com vínculos bem claros é garantia de sucesso em qualquer projeto.
Podem acreditar, um time decidido a vencer ninguém segura. É emocionante ver o que um time unido, decidido e esclarecido é capaz de realizar com os olhos brilhando e coração pulsando.
A pesquisa “The current state of digital readiness in retail”, feita entre participantes de vários setores da economia, comprovou que o retorno do investimento tecnológico feito por essas empresas para os seus clientes tem um ROI (Retorno Sobre o Investimento) que é a metade do que elas obteriam com o mesmo investimento em tecnologias que atendessem aos seus colaboradores.
E essa conclusão da pesquisa nos leva a uma reflexão sobre o quanto precisamos trabalhar com o endomarketing para estruturar a nossa transformação digital. Essa digitalização não é um mero processo novo, mas sim uma mudança de cultura por meio da qual precisaremos trabalhar o mindset do nosso público interno para que tenhamos um terreno fértil para semear a transformação digital.
O nosso convidado desse artigo é Carlos Eduardo Palhares, que é CEO do Guru do Endomarketing e professor de pós-graduação. Com larga experiência em endomarketing, ele nos traz suas contribuições para enriquecer nosso aprendizado e nos agregar conhecimentos adquiridos no seu dia a dia com empresas de diversos setores.
“Toda transformação dentro de uma organização exige mudança, tanto no jeito de ser e de pensar quanto no de fazer. Isso mexe com cultura, com processos, com estrutura e, principalmente, com pessoas. Na transformação digital não é diferente, por uma razão muito simples: somente as pessoas podem iniciar, sustentar e consolidar essa mudança.
Não adianta só ter a melhor plataforma digital, os processos ágeis mais inovadores, fazer benchmarking e criar um ambiente moderno. Se você esquecer de envolver as pessoas e de fazer com as pessoas, essa transformação não passará de mais uma iniciativa. Uma transformação digital sozinha não acontece e não tem voz. É na voz das pessoas que ela se propaga e na atitude das pessoas que ela realmente acontece.
É aqui que o endomarketing entra em cena. As pessoas têm medo do desconhecido, parte pela falta de informação, parte pela resistência ao novo. Um bom endomarketing tem a capacidade de trabalhar o racional e o emocional. O racional compartilhando fatos, dados importantes e gerando significado dessa transformação para as pessoas. No emocional lidando com as dores, com as perdas inerentes e despertando em cada um a vontade de se engajar.”
Carlos Eduardo Palhares, que é CEO do Guru do Endomarketing
Philip Kotler definiu marketing como “a arte de criar valor genuíno para os clientes”, e o endomarketing é a arte de criar valor genuíno para o público interno, que são os colaboradores, fornecedores e acionistas.
A conclusão que chegamos é que investir em endormarketing, ou seja, na comunicação, no bom relacionamento com o nosso público interno, incentivando a troca de informações, o diálogo, valorizando as pessoas com as suas particularidades e, mais que isso, buscando contribuir com o crescimento e com a formação de cada integrante da empresa é que fará com que esse motor extremamente potente nos leve para uma jornada exitosa e para que tenhamos uma empresa feita por pessoas felizes e realizadas com os seus propósitos.
Será que precisamos mais que isso? Boa leitura e até o próximo episódio!
Nota: Confira os episódios 1, 2, 3, 4 e 5 desta série clicando em “Transformação digital é moda ou veio para ficar?”, “Você já quebrou silos hoje?”, “Transformação digital e ESG: juntos ou separados?”, “Você viu a gamificação por aí?” e “É comigo? Sim, RH, essa jornada é com você!”
Patricia B. Bordignon Rodrigues é Diretora de Marketing e Canais Benkyou
Imagem: Envato/Arte/Mercado&Consumo