Por Rodrigo Anunciato*
Na atualidade, um dos temas mais recorrentes nas ações de treinamento é o chamado “olhar de dono do negócio”. Este termo, ligado diretamente ao que chamamos de intraempreendedorismo, é a versão em português da expressão “intrapreneur”, que significa empreendedor interno, ou empreendedorismo dentro dos limites de uma organização já estabelecida.
O termo “intrapreneur” foi utilizado pela primeira vez em 1985 por Gifford Pinchot III, um empresário, autor e co-fundador americano do Graduate Institute Bainbridge, agora chamada Universidade Pinchot.
Muitas vezes, o termo pode assustar, mas a verdade é que intraempreender é muito mais que desempenhar bem o seu papel na organização.
Olhar para “fora da caixa”, com a liberdade de exercer as suas próprias ideias, tendo a oportunidade de fazer diferença significativa no resultado das organizações é a chave para esta atitude cada vez mais cobiçada pelas empresas.
Porém, há um ponto de atenção importante quando o assunto é intraempreendedorismo.
Esta iniciativa envolve bem mais que a sua própria força de vontade em enxergar a empresa com olhos de “dono do negócio” e exige a construção de relacionamentos e não de processos.
Essa relação entre uma equipe e seu líder, que precisa antes de tudo compreender profundamente o valor das iniciativas de seus intraempreendedores, é que dá aos profissionais a confiança necessária para tomarem boas decisões e agregarem valor ao negócio.
Para isso, é imprescindível que o líder aposte nas pessoas, tanto quanto nas ideias. Eles devem apoiar os intraempreendedores a encontrar soluções e orientá-los em torno dos perigos de uma atitude inadequada.
Como apoiar este processo de transformação através das ações de treinamento?
Um programa de intraempreendedorismo eficaz parte necessariamente de uma mudança cultural que deve ter como objetivo principal educar intraempreendedores e líderes na adoção de comportamentos eficazes papeis esses que envolvem confiança mútua e a construção de um espaço para que as ideias possam ser colocadas na mesa.
Os 10 mandamentos do intraempreendedor
O autor Gifford Pinchot III destaca que existem 10 mandamentos para um intraempreendedor:
1. Vá trabalhar todos os dias disposto a fazer o melhor que puder
2. Negar-se a executar as ordens recebidas faz seus objetivos pararem
3. Faça todo e qualquer trabalho necessário, independente de ser sua função
4. Encontre pessoas para ajudá-lo
5. Siga sua intuição sobre as pessoas que você escolher e trabalhe com elas sempre para o melhor
6. A publicidade aciona o sistema imunológico corporativo
7. Nunca aposte em uma corrida a menos que você esteja participando dela
8. É mais fácil pedir perdão que permissão
9. Seja fiel ao seu objetivo e realista sobre os caminhos para alcançá-lo
10. Honre seus líderes
O sucesso através do intraempreendedorismo
O sucesso de uma iniciativa como essa é a liderança preparada para reconhecer o genuíno espírito intraempreendedor de sua equipe, identificando projetos potenciais.
Se o líder e a organização apoiarem estas iniciativas, o comportamento intraempreendedor ganha força, confiança e tem grandes chances de “tirar os profissionais da toca”, pois sem isso, a grande maioria pensa que não é seguro sair.
Pense nisso!
*Rodrigo Anunciato (rodrigo.anunciato@gsmd.com.br) é gerente de Soluções e Projetos da GS&MD – Gouvêa de Souza