Com dark kitchen e quiosque, Boali mais do que dobra de tamanho na pandemia

Rede de alimentação saudável já implantou 18 unidades e conta com outras 18 em implementação

A alimentação foi um dos setores mais impactados pela pandemia com as restrições para conter o avanço do coronavírus. Até abril, mais de 50 mil restaurantes e bares que foram fechados em São Paulo, segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP). Na contramão, com o maior interesse por alimentos saudáveis, a Boali fez um planejamento de crise e se estruturou para ganhar mercado. A rede, que contava com 27 unidades na época, já abriu 18 operações e tem mais 18 em implantação.

Com a força do delivery, a Boali abriu quatro operações dark kitchen, restaurantes exclusivos para a venda de comida para entrega. “A pandemia acelerou o processo de expansão orgânica da rede e as primeiras operações que abrimos foram as dark kitchen, pela facilidade de menor capital e custo de implantação”, afirma Rodrigo Barros, fundador e CEO da Boali, rede de alimentação saudável.

Barros será um dos palestrantes do Latam Retail Show, maior evento B2B de varejo e consumo no Brasil, que será realizado entre os dias 14 e 16 de forma 100% virtual e terá cobertura especial do portal.

Para fortalecer o nível de consciência do consumidor e promover iniciativas que levam à alimentação saudável, Barros explica que o processo de expansão deve passar pelas lojas físicas. “No longo prazo, queremos crescer com lojas físicas para que o consumidor viva a experiência Boali. Aceleramos a dark kitchen por conta da pandemia, mas depois seguramos e continuamos crescendo com loja física”, diz. Ele explica que a opção de dark kitchen deve continuar quando a marca entender que é interessante estar presente em uma praça, mas que não há condições de ter uma loja física naquele momento.

Outra aposta para a expansão é o modelo quiosque, que ocupa apenas 16 metros quadrados e não precisa de exaustão. Com isso, o modelo pode ser instalado fora da praça de alimentação, em corredores de shopping, para agregar valor e trazer fluxo. Barros acredita que, com o aumento do home office e o consumo nos bairros, trará oportunidades para as operações de rua.

Novas marcas

Não foi apenas através de novas unidades que a Boali cresceu na pandemia. A rede lançou duas marcas para atender novos públicos pelo iFood:  Sandureba Lancheteria, focada em tapiocas e sanduíches naturais, e da Vegan Lovers, voltada para alimentação vegana.

“Apostamos nessas duas marcas para pegar o consumidor de forma mais vertical. Quando um vegano entrava no iFood, a Boali às vezes nem aparecia. E agora ele encontra o Vegan Lovers”, diz.

Segundo ele, para montar os cardápios, foram feitas sete substituições nos SKUs da Boali. “Essa foi nossa principal inovação em relação a produtos e portfólios. Os cardápios são diferentes, mas os itens são os mesmos. É por isso que a gente consegue trazer eficiência para a operação hoje”, afirma. E a aposta deu certo: a Vegan Lovers representa 7% do faturamento da rede hoje.

Marca própria

Além de novas marcas, a Boali está investindo em produtos de marca própria. Após a combucha Boali, a marca prepara o lançamento de duas novas linhas, o molho de saladas e sucos prontos com frutas. No ano passado, a rede também fez um retrofit de sua linha de congelados.

Alguns novos produtos foram desenvolvidos no hub de inovação criado pela Boali, o Biosphere. O ecossistema, explica Barros, nasceu para reunir, em um único programa, startups, corporações, investidores e prestadores de serviços e apoiar projetos de alimentação saudável. “No Biosphere desenvolvemos ideias de novos produtos e, inclusive, alguns que passaram por lá são nossos fornecedores hoje”, conta Barros.

Imagens: Divulgação

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