Por Marcos Gouvêa de Souza*
Este é o terceiro e último artigo focado no tema “Experiências 5.0”. Nos anteriores, discutimos o cenário que fez emergir experiências como um conceito inovador e direcionador de uma nova realidade econômica, além de historiar a evolução do próprio conceito da experiência 1.0 até o atual estágio 5.0, influenciado pelos eventos como elemento diferencial desse estágio.
Neste, vamos discutir as implicações para o mercado futuro da crescente relevância das experiências no cenário dos negócios, através de questões que se impõem para entender e dimensionar seu impacto.
Eis 15 questões que devem ser consideradas para todos que, de forma direta ou indireta, estejam envolvidos com a temática:
- Qual a dimensão e o impacto econômico do crescimento das experiências no cenário de negócios, especialmente pela migração de dispêndios com produtos e mesmo serviços, para a aquisição de experiências?
- Que alterações o estágio 5.0 das experiências, aquelas na Ominera, podem configurar no ambiente de negócios, revertendo a tendência à comoditização, criando uma nova realidade que mescla produtos e serviços com experiências que possa permitir melhoria de rentabilidade nos negócios?
- Como a preferência dos millennials pelos eventos, como forma de vivenciar momentos marcantes e diferenciados em suas vidas, preferindo trocar a aquisição de produtos e mesmo serviços, por experiências relevantes irá reconfigurar o futuro dos negócios?
- Como repensar diferentes centros planejados de compras e serviços, incluindo os diferentes formatos de shopping centers, mas também aeroportos, centros de escritórios e negócios, hospitais, universidades, estações rodo-ferroviarias, revendo sua oferta, arquitetura e conceitos com experiências que os tornem mais atraentes econômica e socialmente?
- Quais os limites e fronteiras envolvem o varejo tradicional de lojas, em diferentes segmentos de mercado, para incorporar experiências em sua proposta para diferenciar e rentabilizar reações?
- Como desenvolver, implantar e promover experiências no competitivo ambiente do comércio eletrônico, que reduza o impacto da crescente competitividade focada exclusivamente em preços e condições?
- Num ambiente cada vez mais caracterizado pela tecnoera, como integrar experiências relevantes e diferenciadas através das pessoas?
- O que pode ser desenvolvido envolvendo o canal de vendas diretas, predominante apoiado em micro-empreendedores, para incorporar diferenciação através de experiências no ambiente 5.0?
- É possível desenvolver e incorporar experiências nas alternativas de canais “desumanos” como vending machines ou catálogos?
- Como avaliar os limites e o retorno na incorporação de experiências nas lojas no cenário omnicanal para gerar um ambiente mais propenso à compra com maior rentabilidade?
- Como e para onde irá evoluir a crescente incorporação de elementos tecnológicos nos pontos de vendas de forma a proporcionar experiências que maximizem a satisfação dos consumidores em suas compras?
- Quais as alternativas para migrar de experiências oferecidas como agregadoras de valor a produtos e serviços existentes, para experiências pagas que diferenciem a oferta e gerem negócios economicamente mais interessantes?
- Como os detentores de marcas no mercado de consumo, especialmente os fornecedores de produtos no conceito FMCG, devem incorporar experiências, integradas ou não, com seus canais de distribuição?
- As propostas de distribuição em escala massificada, especiamente os formatos orientados para preço baixo, como clubes de atacado, hard discounters e outros, deveriam buscar incorporar experiências em sua proposta?
- As marcas do segmento luxo deveriam se propor a serem as referências maiores das experiências em suas propostas? Tanto nas lojas próprias como quando revendidas em outros canais? Como viabilizar?
Seguramente, muitas outras questões poderiam ser levantadas e consideradas, mas cremos que a simples listagem destas aqui colocadas, cria a exata dimensão dos desafios e oportunidades contidos nesta discussão.
Traga sua contribuição.
Nota: Para os que se interessarem em evoluir nessa visão, o Grupo GS& estará produzindo e distribuindo em breve um documento envolvendo essa temática e no LATAM Retail Show, que ocorre de 23 a 25 de agosto, no Center Norte, em São Paulo. Esse assunto será também aprofundado e debatido.
Leia AQUI a primeira parte deste artigo e AQUI a segunda!
*Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br) é diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza. Siga-o no Twitter: @marcosgouveaGS