Confiante na projeção de que o Brasil vai crescer 2,5% em 2022, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Fundo Monetário Internacional (FMI) “vai errar de novo” ao estimar um avanço bem mais tímido do PIB brasileiro no ano que vem, de apenas 1,5%. Ele atribuiu o “erro” na estimativa ao “barulho político” em torno de medidas do governo e do avanço das reformas.
Guedes participou nesta quarta-feira, 13, de um evento promovido pelo Atlantic Council, em Washington (EUA). O ministro está na capital americana participando de reuniões do FMI e do Banco Mundial.
No ano passado, o Fundo chegou a prever queda de 9,1% no PIB por causa da pandemia de covid-19, mas o resultado foi menos negativo (recuo de 4,1%), graças a programas que garantiram transferências de renda a vulneráveis e manutenção de empregos.
Nas projeções para 2022, o FMI se soma a economistas que também esperam um crescimento mais tímido no ano que vem. Na mediana do Boletim Focus, coletado pelo Banco Central, a expectativa está em alta de 1,57%. A equipe econômica tem criticado as previsões.
“O FMI vai errar de novo, eles continuam fazendo isso. O crescimento será de mais de 2% em 2022. Temos confiança que cresceremos o dobro do que o FMI está prevendo”, disse o ministro.
Reformas aprovadas
Guedes também disse ter confiança de que, até o fim do ano, as reformas tributária e administrativa serão aprovadas, além da confirmação das privatizações da Eletrobras e Correios.
O ministro da Economia também destacou estar conversando com os Estados Unidos para estreitar as relações e mandou um recado aos investidores estrangeiros: “Eu diria: confie no Brasil. Estamos reduzindo os impostos das empresas, reduzindo as barreiras para comércio, abrindo a economia. Estamos simplificando tudo”, completou.
Auxílio emergencial
Segundo Guedes, o governo desembolsou cerca de R$ 300 bilhões em 2020 para pagar uma ajuda mensal a vulneráveis. O benefício foi retomado em abril deste ano, num formato mais enxuto e com valores menores.
“O Brasil gastou duas vezes mais que a média dos países emergentes em assistência social. Foi o maior impacto na pobreza que já tivemos”, afirmou.
Para o ministro, transferências diretas de renda são solução para pobreza e desigualdade. “Claro que temos que investir em educação e saúde (também). Quanto mais cedo investimos nas pessoas, mais chances de igualdade (de renda)”, afirmou.
Guedes disse ainda que o pagamento do auxílio acabou alimentando a aceleração da inflação, principalmente em itens alimentícios e de habitação. Mas ele ressaltou que o Brasil aprovou a autonomia do Banco Central e também que o fenômeno inflacionário tem sido observado em todo o mundo
Com informações de Estadão Conteúdo
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil