Além da transformação digital, a pandemia acelerou o engajamento do consumidor, que agora busca por marcas engajadas em causas sociais e ambientais. Segundo o estudo “Varejo com Causa: como redes varejistas impulsionam doações no Brasil”, 74% dos entrevistados estão preocupados com questões socioambientais e 73% querem que as marcas ajam em prol do bem da sociedade e do planeta.
Os resultados da pesquisa antecipados pela Mercado&Consumo e divulgados hoje durante a live que contou com a participação de Beatriz Bouskela, diretora-executiva do Arredondar; Mônica Gregori, cofundadora da Cause; e Rodrigo Pipponzi, co-CEO da Editora MOL. A mediação foi feita por Aiana Freitas, editora-chefe da Mercado&Consumo. Ao longo desta semana o projeto “Varejo com Causa” fará uma série de debates sobre como o varejo pode se mobilizar para apoiar causas relacionadas ao combate à miséria e à desigualdade.
“A pandemia trouxe à tona o nível de desigualdade que temos no País e no mundo. Isso tocou as pessoas, na maneira de pensar do consumidor mudou. As empresas precisam mudar para atender a sociedade, seus consumidores e os investidores. Não dá mais para uma marca ser isenta ao que está acontecendo ao nosso redor”, afirma Mônica Gregori, cofundadora da Cause.
Para Rodrigo Pipponzi, co-CEO da Editora MOL, esse é um caminho sem volta e as empresas não vão mais ter como não incorporar o ESG nas suas estratégias. “O consumidor é mais engajado hoje e isso vai ser cada vez mais. O consumo será cada vez mais uma ferramenta de ativismo”, diz.
Para isso, reforça Mônica, as empresas devem ter um olhar atento para entender o que seus steakholders precisam. “Na Cause falamos muito de 3Cs, que são convicção, acreditar naquilo que está fazendo; coerência, precisa fazer isso diante de todos os públicos; e consistência, porque não dá para transformar o mundo de um dia para outro”, diz.
Próximos desafios
Beatriz Bouskela, diretora-executiva do Arredondar, destaca que a pandemia exigiu das empresas uma resposta rápida para apoiar a minimização de todos os impactos, mas que agora existe o desafio de manter o engajamento dos consumidores e das empresas. “A gente precisa que esse envolvimento continue tanto pela exigência dos clientes como de ter esse novo patamar de que é necessário que governo, pessoas e empresas estejam juntas dentro desse combate”, afirma.
Segundo ela, as pessoas esperam das marcas um posicionamento muito mais ativo e consistente. “[O projeto Arredondar] é uma forma de os consumidores se engajarem e de a marca trazer isso de uma forma muito simples, segura e transparente”, afirma.
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