Mais da metade dos brasileiros já sofreu alguma tentativa de golpe ou fraude, aponta pesquisa feita pelo C6 Bank e Ipec Inteligência. O estudo mostrou que 55% das pessoas das classes A, B e C com acesso à internet sofreram alguma tentativa de golpe.
Esse número aumenta para 62% quando é levado em conta somente o recorte da população que mora em capitais. Para cidades com até 50 mil habitantes, os números estão na casa dos 51%.
Segundo a pesquisa, aproximadamente 56% dos entrevistados já evitaram que algum parente caísse em algum golpe do tipo. “Grande parte dos golpes explora a fragilidade das vítimas, que podem ser manipuladas pelos fraudadores. Essa técnica tem nome: engenharia social”, comenta José Luiz Santana, responsável pela área de Segurança da Informação no C6 Bank.
O estudo também mostrou quais os canais que os golpistas mais tentam utilizar. No topo da lista ficou o telefone, com 54%, seguido pelo WhatsApp, com 48%, e SMS em terceiro, com 39%.
O índice de entrevistados que mencionaram tentativas de fraude por meio das redes sociais foi de 30%. “Hoje, o caminho mais fácil para executar as fraudes não é invadir um aplicativo, mas sim tentar manipular e enganar o consumidor”, afirma Santana.
Um exemplo clássico de golpe é quando fraudadores tentam fazer com que a vítima revele a senha. Nenhuma empresa pede a senha do cliente. No caso dos bancos, as senhas só devem ser digitadas em canais protegidos, como no caixa eletrônico, no internet banking e no teclado do celular.
Vale ficar alerta também com relação a pedidos de retirada do cartão na casa do cliente – os bancos não têm essa prática. Nos casos de código de verificação enviados para o celular, é importante que eles também não sejam compartilhados com outras pessoas que estejam pedindo.
Cuidado com a senha
Uma maneira também de evitar golpes está ligada ao local em que o consumidor guarda as senhas. Sabe-se que cada vez temos mais senhas, e onde guardá-las pode ser um problema.
Segundo a pesquisa, cerca de 22% dos entrevistados costumam salvar suas senhas no bloco de notas do próprio celular. Outro ponto é que 13% já utilizaram o primeiro nome para algum tipo de senha. Sequências numéricas (1234 ou 123456) foram utilizadas por 10% dos que responderam à pesquisa.
Outro tipo de senha que se mostrou bem comum foi a data de aniversário, usada por 17%, ou da data de aniversário de alguém próximo, usada por 23% dos entrevistados. A fragilidade dessas informações é a facilidade com que se pode obter tais datas via redes sociais.
Quando a questão são as comprar na internet, os brasileiros afirmam prestar atenção na segurança. Aproximadamente 3 em cada 4 entrevistados desconfiam ao achar um produto por valores muito abaixo do mercado. Entretanto, apenas 29% afirmaram utilizar o cartão digital na hora de fazer as compras online.
Ao todo, a pesquisa ouviu 2 mil brasileiros das classes A, B e C com acesso à internet. A pesquisa foi feita entre os dias 20 e 26 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
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