Se no passado campanhas de doação e projetos sociais não faziam parte do dia a dia do negócio principal das empresas, hoje a realidade é diferente. Não só profissionais buscam ambientes de trabalho com propósito para além do lucro, como consumidores estão ansiosos para encontrar produtos com causa nas prateleiras. Para isso, marcas do varejo têm mudado a forma como desenvolvem seus produtos sociais (que revertem parte do lucro em doações).
Para Pedro Zemel, CEO do Grupo SBF, do qual a Centauro faz parte, e Fabio Faccio, CEO do Grupo Renner, as empresas devem ajustar o conceito do que entendem como sucesso, levando em conta o impacto social. Além disso, precisam engajar os colaboradores nas causas sociais se querem que eles cheguem ao público de maneira eficiente.
Os dois executivos falaram na 1ª Semana do Varejo com Causa, organizada pelo Grupo MOL em parceria com o Movimento Arredondar e a Cause. A Mercado&Consumo é parceira de mídia do evento, criado para conversar com empresários do ramo do varejo sobre as possibilidades de impacto social envolvendo empresas.
“Não dá para pensar somente no resultado financeiro do semestre. Empresas de sucesso focam no longo prazo para navegar em diferentes cenários e contextos, e uma empresa de sucesso é aquela que também produz riqueza para a sociedade”, diz Zemel.
Produtos sociais
As duas marcas têm se destacado com a criação de produtos sociais. Em junho de 2021, a Centauro colocou à venda um conjunto especial de roupas esportivas para a campanha “O Uniforme Que Nunca Existiu”: um uniforme para a atleta brasileira Aída dos Santos, única mulher brasileira nas Olimpíadas de 1964 em Tóquio e que competiu sem uniforme, pois não tinha nenhum tipo de patrocínio. O lançamento foi, assim, uma reparação histórica e uma homenagem à atleta.
Já a Renner, dentro do projeto #TodasAvançamJuntas, que já existe desde 2008, criou roupas especiais com renda revertida para o Instituto Lojas Renner, que apoia diversas causas, em especial o empoderamento feminino e a capacitação de mulheres. Em 2020, o Instituto arrecadou R$ 3,2 milhões. Em 2021, já conseguiu R$ 4,6 milhões.
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