Um ano e meio depois de protagonizar uma das ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) mais icônicas da Bolsa brasileira, o Grupo Mateus avança em seu plano de expansão no Nordeste. Um dos maiores atacarejos de fora do eixo Rio-São Paulo, o gigante varejista – com faturamento de cerca de R$ 10 bilhões anuais – chegou aos Estados de Pernambuco e Bahia e prevê terminar de desbravar a região em até cinco anos.
A estratégia, segundo o diretor executivo do Mateus, Sandro Oliveira, foi iniciar o avanço por uma região que a companhia já conhece e domina. Hoje, o Mateus tem 210 lojas, considerando suas bandeiras, de atacarejo, supermercados, hipermercados, móveis e eletrodomésticos. Mais da metade das unidades está no Maranhão, Estado que é o berço do grupo e onde ele é dominante, com 80% de participação. Outros 73 pontos estão no Pará e 13, no Piauí. Outro Estado no Nordeste onde o grupo já colocou os pés foi o Ceará. “Vamos entendendo as novas possibilidades de faturamento e onde é possível entrar com um determinado nível de competitividade. É um equilíbrio das contas e vamos preenchendo as rotas”, diz Oliveira.
Sudeste
O executivo não descarta, no entanto, passos mais ambiciosos no futuro, com a empresa chegando a São Paulo, mercado dominado pelos atacarejos Assaí e Atacadão. “Acredito que daríamos um xeque-mate. Quem sabe daqui alguns anos olharemos outras fronteiras. Vemos barreira zero para a entrada, mas primeiro queremos fortalecer onde já estamos”, afirma. Uma das estratégias para a entrada em outras regiões poderia ser usar uma das marcas que não o atacarejo, e em cidades do interior.
O sócio fundador da consultoria Varese Retail, Alberto Serrentino, elogia o braço de distribuição da rede, muito forte na região Norte, o que explica sua força local. Mas ele pondera que um avanço para os centros urbanos no Sudeste carrega muitos desafios, uma vez que os principais concorrentes estão expandindo operações.
Para a presidente da consultoria AGR, Ana Paula Tozzi, a barreira de entrada do Grupo Mateus em mercados do Sudeste pode ser de marca. “Como é uma operação regional, terá de construir branding e uma relação de confiança com um novo público”, diz ela.
Com informações de Estadão Conteúdo: (Fernanda Guimarães)
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