A fintech brasileira Neon anunciou nesta segunda-feira, 14, que levantou uma rodada de investimentos de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão). Além do aporte, a empresa revelou que atingiu o status de “unicórnio” (avaliação de mercado superior a US$ 1 bi).
A rodada foi captada junto ao banco espanhol BBVA – o investimento prevê uma fatia de 21,7% na fintech. A Neon chegou à avaliação bilionária logo após levantar um aporte de US$ 300 milhões, em setembro de 2020, liderado pelo fundo General Atlantic, com participação de investidores como Monashees, Flourish Ventures, PayPal Ventures, Endeavor Catalyst e o próprio BBVA.
“Não anunciamos na época porque preferimos abaixar a cabeça e trabalhar. Deixamos para ser high profile (fazer divulgação) em outras ocasiões”, disse Jean Sigrist, copresidente da Neon.
A entrada da Neon no “hall” de unicórnios brasileiros era uma das bolas cantadas do ecossistema brasileiro de inovação. Presente em diversas listas de candidatas nos últimos dois anos, ela era a startup com o maior volume de captações entre as empresas brasileiras de tecnologia que ainda não haviam anunciado ter atingido o patamar do bilhão de dólares. A fintech soma mais de R$ 3,7 bilhões captados desde sua fundação, em 2016.
Base de clientes
A fintech diz ter triplicado de tamanho em 2021, chegando a 15 milhões de clientes, sendo 88% das classes C, D e E. A empresa movimenta hoje mais de R$ 5,8 bilhões por mês em transações. Nos últimos 18 meses, elevou a base de clientes em 6 milhões de pessoas.
Além do crescimento da carteira de crédito, a Neon deve intensificar suas ações em tecnologia para marketing com o objetivo de conquistar novos clientes. Também vai manter a estratégia de aquisições, como a recente compra da financeira Biorc.
Na visão de Bruno Diniz, especialista em inovação e sócio da Consultoria Spiralem, o aporte na Neon mostra que o mercado de bancos digitais no Brasil se tornou uma corrida de “cachorro grande”. “A Neon já rivaliza com grandes bancos digitais da Europa. É natural vermos grandes fundos, incluindo instituições internacionais, olhando para os nomes brasileiros do setor”, afirma. Ele acredita em uma expansão internacional da Neon.
Com informações de Estadão Conteúdo (Bruno Romani e Giovanna Wolf)
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