A Fitch rebaixou nesta quarta-feira, 2, o rating da Rússia de BBB para B, classificação na qual as perspectivas não costumam serem oferecidas. De acordo com a agência de classificação de risco, o país encontra-se agora na categoria Observação de Classificação Negativa (RWN, na sigla em inglês).
A Fitch avalia que a Rússia sofreu um “choque severo nos fundamentos de crédito”. A gravidade das sanções internacionais em resposta à invasão militar da Ucrânia aumentou os riscos de estabilidade, representa um grande choque para os fundamentos de crédito da Rússia e pode minar sua disposição de pagar a dívida do governo, aponta.
“Os desenvolvimentos enfraquecerão as finanças externas e públicas da Rússia, restringirão severamente sua flexibilidade de financiamento, reduzirão acentuadamente o crescimento do PIB de tendência e elevarão o risco e a incerteza domésticos e geopolíticos”, projeta a Fitch.
A categoria RWN reflete o alto grau de volatilidade nas relações internacionais, incluindo o potencial para novas sanções e incerteza sobre a resposta política da Rússia, como não pagar sua dívida, e o risco de uma perda mais aguda de confiança econômica doméstica, explica a agência.
As sanções anunciadas dos Estados Unidos e da União Europeia que proíbem quaisquer transações com o Banco Central da Rússia (CBR) terão um impacto muito maior nos fundamentos de crédito do país do que quaisquer sanções anteriores, avalia a Fitch. A implementação total poderia tornar grande parte das reservas internacionais da Rússia inutilizáveis para a intervenção cambial, e uma grande proporção poderia estar sujeita a congelamentos de ativos, projeta. Cerca de 32% das reservas cambiais da Rússia são denominadas em euros e 16% em dólares americanos, e mais da metade são mantidas em países que participam de sanções, aponta a agência.
Matheus Andrade