O Brasil já aderiu a 112 dos 257 instrumentos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, o Brasil entregará, até o fim do ano, o memorando inicial para adessão à OCDE.
Esse documento é necessário para formalizar o processo para que o País faça a adesão aos instrumentos restantes. Ele ainda afirmou que o governo brasileiro solicitará ao organismo internacional que os comitês temáticos que avaliarão a adesão aos instrumentos ocorram paralelamente.
Em 10 de junho, o Conselho da OCDE aprovou o roadmap (roteiro) do Brasil para iniciar formalmente o processo de entrada do País na entidade que tem sede em Paris. A decisão foi em nível ministerial e apenas pode ir adiante quando é determinada por consenso.
Semana Brasil-OCDE
Durante a abertura da Semana Brasil-OCDE, no Itamaraty, ocorrida nesta terça-feira, 21, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), afirmou que o acessão do Brasil à organização é prioridade da política externa do País.
Já o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, disse que as práticas ambientais do Brasil precisam alcançar os padrões da entidade. “O mundo precisa de ações mais ambiciosas e efetivas em relação a mudanças climáticas”, afirmou, no evento de abertura do evento Semana Brasil-OCDE, no Itamaraty, em Brasília.
Cormann também afirmou que é preciso estimular a competição nos diversos setores da economia para alcançar a redução dos preços aos consumidores. Ele cobrou ainda que o Brasil gaste mais com educação. Segundo ele, há espaço para melhorias nesta área.
Reformas necessárias
O secretário-geral da OCDE afirmou que o Brasil deve se esforçar para reorganizar as contas públicas.
Segundo ele, a aprovação de reformas necessárias à acessão do País ao organismo internacional ajudará a atrair investimentos para o Brasil. As declarações foram feitas no evento de abertura do evento Semana Brasil-OCDE, no Itamaraty.
Cormann ainda disse a economia brasileira se recuperou mais rapidamente no pós-pandemia do que o esperado, o que surpreendeu economistas de todo o mundo. “Há desafios de curto prazo para o Brasil causados por uma guerra desnecessária. O Brasil deve fortalecer esforços para melhorar questão fiscal”, disse.
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