A busca pelo pertencimento faz parte da história da sociedade. E uma das formas de demarcar presença em um grupo é através do consumo. Para gerar essa sensação, as marcas têm usado o social commerce, estratégia de interação humana, por meio de tecnologia, experiências e comunidades para alavancar ou concretizar as vendas de maneira mais rápida.
“O social commerce não é consumir por rede social. O consumo por influência sempre existiu, mas não tão forte porque a gente não tinha tecnologia suficiente para ser influenciado em outros canais”, afirma Ivy Cristiny, mentora e consultora de inovação, desenvolvimento de startups, durante apresentação no palco What’s Next da Campus Party Brasil 2022, que acontece até a próxima terça-feira, 15, no Anhembi.
Ao perceber que também pode influenciar outras pessoas, o consumidor toma o poder sobre o produto e passa a cobrar por essa influência. “Já foi a época em que a marca decidia onde queria vender. Hoje quem escolhe isso é o usuário. As pessoas se juntam para fazer com que o mercado mude os seus parâmetros”, afirma.
Para atender esses consumidores, as marcas têm investido em ações ESG, que vão além de sustentabilidade e ambiental. Com o slogan “Lute como uma garota”, a Nike traz a fala do feminismo. “A Nike está começando a segmentar seus clientes. Os clientes que ela quer ter são os que acreditam no feminismo. Por que ela faz isso? Porque quer entrar em causas para gerar consumo em comunidade”, diz.
Devido à influência sobre o consumo, as comunidades foram reconhecidas como um dos canais universais de venda pelo SXSW (South by Southwest).
Tecnologia puxa o consumo do futuro
Toda essa transformação passa necessariamente pelas tecnologias. Ivy destaca que o 5G vai puxar o consumo do futuro, pois hoje não temos internet suficiente para gerar as experiências necessárias.
Já a NFT traz exclusividade para o consumo digital. Como exemplo, ela citou a parceria que a Fortinet fez com a marca de moda Balenciaga com uma linha de roupas e acessórios de luxo criados pela empresa. Alguns desses itens também estão disponíveis nas lojas da vida real. “A Balenciaga usa o marketing do choque para gerar exclusividade, como um tênis sujo de barro”, comenta. E as tecnologias AR e VR permitem que o consumidor personalize casa, parede, foto e roupas.
Imagem: Larissa Féria