A marca de uísque Johnnie Walker, da Diageo, e a startup Livre de Assédio, criada por Ana Addobbati, acabam de lançar o Movimento Bares Livres de Assédio. O objetivo é treinar 4 mil bares em um ano com conteúdos que promovam o combate ao assédio, criando espaços mais seguros para o público feminino trabalhar e consumir.
A iniciativa foi criada com base em dados coletados num estudo feito no começo deste ano pela Johnnie Walker e a startup Women Friendly. A ideia da pesquisa, feita com mais de 2 mil mulheres brasileiras maiores de 18 anos, foi entender a segurança desse público quando frequenta bares e restaurantes. O levantamento indicou que 66% das mulheres disseram já terem sido assediadas em momentos de lazer em bares e restaurantes e, entre as funcionárias desses estabelecimentos, 78% já foram assediadas durante o período de trabalho.
“Na Diageo, acreditamos que uma cultura mais inclusiva e diversificada contribui para um mundo melhor. Por isso defenderemos a diversidade e inclusão em todos os nossos negócios, com os nossos parceiros e comunidades, para celebrar a diversidade e ajudar a moldar uma sociedade mais tolerante”, afirma Paula Lindenberg, presidente da Diageo no Brasil.
Medo do assédio
A pesquisa trouxe vários dados que merecem atenção. Mais da metade das mulheres entrevistadas (53%) já deixou de ir a um bar ou balada por medo de assédio. Apenas 8% frequentam regularmente esses ambientes sozinhas. Treze por cento delas nunca se sentem seguras em bares e restaurantes. A sensação de segurança só aumenta quando estão em grupos de amigos e amigas (41% dizem se sentir seguras assim).
Entre as mulheres que vivenciaram situações de assédio nesses locais, 40% relatam que já foram seguradas pelo corpo (braço, cabelo, etc.) por não terem dado atenção.
Sobre o assédio vivido, 63% afirmam terem sentido raiva e 49% impotência diante da circunstância. Segundo as entrevistadas, 93% das agressões foram feitas por clientes dos estabelecimentos. A absoluta maioria não denunciou as agressões (89%); dentre elas, 35% não o fizeram porque nem pensaram em denunciar o assédio, 24% por não saberem como, 18% por terem sentido medo e 17% por terem sentido vergonha.
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