O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 13 ex-executivos das Americanas por associação criminosa, falsidade ideológica e manipulação de mercado. A fraude contábil na empresa é estimada em R$ 25 bilhões. As informações foram publicadas na coluna do jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo.
Entre os denunciados, estão os ex-CEOs Miguel Gutierrez e Anna Saicali, além dos ex-vice-presidentes Thimoteo Barros e Marcio Cruz. A lista também inclui os ex-diretores Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet e Raoni Fabiano.
O esquema envolvia, segundo a investigação descrita na coluna de O Globo, uma série de manobras para inflar artificialmente os lucros da companhia e manipular o mercado de capitais.
Foram denunciados:
- Miguel Gutierrez (ex-CEO da Americanas)
- Anna Saicali (ex-CEO da B2W, responsável pela área digital)
- Timotheo Barros (vice-presidente)
- Marcio Cruz (vice-presidente)
- Carlos Padilha (ex-diretor)
- João Guerra (ex-diretor)
- Murilo Corrêa (ex-diretor)
- Maria Christina Nascimento (ex-diretor)
- Fabien Picavet (ex-diretor)
- Raoni Fabiano (ex-diretor)
- Luiz Augusto Saraiva Henriques
- Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira
- Anna Christina da Silva Sotero
Segundo o MPF, Miguel Gutierrez foi o principal responsável pelo esquema. “Planejou, ordenou e executou a fraude praticada nas empresas do grupo Americanas”, afirma a denúncia. O documento também aponta que Gutierrez “estava ciente de todas as fraudes praticadas, inclusive sugerindo ele mesmo alterações nos balanços que seriam anunciados”. O ex-CEO deixou o Brasil e foi para a Espanha em 2023, ano em que a fraude foi revelada.
A crise das Americanas veio a público em 2023, quando a empresa anunciou “inconsistências contábeis” superiores a R$ 20 bilhões. A descoberta levou o grupo a entrar com um pedido de recuperação judicial para evitar a cobrança imediata das dívidas. Até então, a fraude era desconhecida por investidores, fornecedores, credores e funcionários.
Sergio Rial, então presidente da empresa e quem assumiu após a saída de Miguel, decidiu deixar o comando do negócio após apenas nove dias no comando.
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