A Huawei, fabricante de equipamentos de telecomunicações, teve lucro líquido de 35,5 bilhões de yuans (US$ 5,1 bilhões) em 2022, recuo de 68,7% na comparação com 2021. Nesse período, a receita líquida totalizou 642,3 bilhões de yuans (US$ 92,379 bilhões), crescimento de 0,9%.
A queda no lucro da gigante chinesa está relacionado, principalmente, ao aumento das despesas com pesquisa e desenvolvimento. Essa rubrica cresceu 13,2% na comparação anual, chegando a 161,5 bilhões de yuans. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento foram equivalentes ao recorde de 25,1% da receita ano passado, ante 22,4% no ano anterior.
A companhia explicou que está investindo em pesquisa básica e inovação aberta em áreas como inteligência artificial, armazenamento e compartilhamento de dados em nuvem, componentes automotivos e tecnologias de software fundamentais.
A Huawei montou 86 laboratórios de tecnologia espalhados em diferentes países para estudos de teorias fundamentais e sistemas de tecnologia. A companhia já está trabalhando, por exemplo, em propostas e modelos para o futuro 6G (que será uma evolução da internet móvel 5G).
O grupo também tem buscando expandir o seu portfólio de negócios, que agora cobre o campo de infraestrutura de redes, aparelhos inteligentes, nuvem, energia digital e o recém inaugurada área de soluções para a indústria automotiva.
“Tivemos aumento das despesas com pesquisas, mas acreditamos que esses investimentos vão se traduzir em ganho de competitividade no futuro com melhores produtos e soluções”, afirmou o diretor de comunicação corporativa para América Latina, Michael Chen, em entrevista coletiva à imprensa realizada nesta sexta-feira, 31.
“Vamos continuar a investir porque é essa a nossa estratégia. Queremos melhorar os produtos e serviços que temos”, emendou o vice-presidente de relações institucionais para América Latina, Cesar Funes.
A receita da Huawei junto às operadoras de telecomunicações – suas maiores clientes – cresceu 0,9% em 2022, para 283,9 bilhões de yuans. O crescimento, ainda que moderado, veio de investimentos das operadoras em redes de banda larga e das primeiras instalações do 5G.
A receita do setor corporativo – soluções de tecnologia para empresas em geral – foi a que mais cresceu. O avanço foi de 30%, para 133 bilhões de yuans. Esse movimento foi puxado pelas iniciativas empresariais de transformação digital, automatização de processos e redução de demissões de carbono.
Já a receita do braço voltado aos consumidores caiu 11,9%, para 214,4 bilhões de yuans.
Na segmentação por região, a China se manteve com o maior mercado para a Huawei, respondendo por 63% da receita. Entretanto, o faturamento da companhia no seu país de origem recuou 2,3%.
O maior crescimento regional foi visto no bloco de Europa, Oriente Médio e África, com alta de 13,5%. Esta é a segunda região mais importante para o grupo. No restante da Ásia, a receita caiu 10,5%, enquanto na América subiu 9,1%.
5G na América Latina
A ativação do 5G na América Latina aconteceu com um atraso de aproximadamente dois anos em relação aos países líderes na aplicação dessa nova geração de internet móvel, como China e Coreia do Sul, observou o vice-presidente de relações institucionais para América Latina, Cesar Funes. Na China, por exemplo, o 5G já equivale a 30% da base de celulares.
Pela frente, Funes disse acreditar no desenvolvimento da região. Países como Brasil, Chile, México e República Dominicana já contam com o 5G ativado e outros como o Peru estão se preparando para isso.
Com informações Estadão Conteúdo (Circe Bonatelli)
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