Estimativas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apontam que o comércio varejista brasileiro deve perder R$ 11,3 bilhões em 2018 em decorrência dos feriados nacionais e pontes.
Esse montante é 15% superior ao dado projetado em 2017 e motivado, exclusivamente, pela projeção de crescimento nas vendas do comércio para o próximo ano, uma vez que o número de feriados e pontes em 2018 será o mesmo que em 2017.
As perdas das lojas de vestuário, tecidos e calçados devem atingir R$ 1,3 bilhão, crescimento de 25% em relação a 2017, a maior taxa de crescimento entre as cinco atividades avaliadas.
Em termos de faturamento, destaque para o segmento de outras atividades (comércio de combustíveis, joias e relógios, artigos de papelaria, dentre outros), que perderá em torno de R$ 4,6 bilhões (13% a mais que em 2017).
Já os setores ligados aos bens essenciais devem participar com 38% do total da perda no próximo ano. O segmento de supermercados deve deixar de faturar pouco mais de R$ 2,7 bilhões, 7% acima do calculado para 2017, enquanto farmácias e perfumarias tendem a registrar perda de R$ 1,6 bilhão (18% superior a 2017).
Foram desconsiderados os feriados estaduais e municipais e excluídos os setores que comercializam bens duráveis (como veículos, eletrodomésticos e materiais de construção), pois são consumos planejados, ou seja, independentemente de feriados ou pontes, a compra será realizada.
Assim, o estudo se limitou aos feriados nacionais e aos setores passíveis de sofrerem uma redução no ritmo de vendas em que a compra por impulso é relevante, uma vez que os produtos, em grande parte, têm valor unitário mais baixo, como os setores de roupas, calçados, perfumaria e cosméticos. Os impactos da Copa do Mundo, que será realizada entre os meses de junho e julho em que o Brasil jogará em dias de semana, também não foram considerados.
Na análise não há espaço para a discussão de revisão de pontes e feriados, pois outros segmentos econômicos importantes se beneficiam desse período (principalmente aqueles ligados ao turismo, como transporte, hospedagem, passeios e cultura). Nestas situações, a entidade ressalta que como o calendário com essas datas específicas já está estabelecido e consolidado, cabe a cada empresa definir sua estratégia para tais períodos.