Embora tenha sido impulsionada e acelerada pela pandemia da covid-19, a transformação digital ainda não é uma realidade para muitas empresas. Segundo uma pesquisa realizada pela Sambatech e pela Samba Digital, com apoio da Unico, 30% das empresas brasileiras que faturam acima de R$ 1 bilhão ainda estão na fase inicial dessa transformação, enquanto 45% estão investindo pesadamente em estratégias digitais.
Para Carlos Carvalho, sócio-diretor da Truppe, especializada no apoio estratégico de TI, para que aconteça, a transformação digital deve envolver uma mudança cultural nas empresas. “É necessário que cada um perceba e entenda que a transformação digital é importante”, afirma.
Segundo ele, para ter um plano ter sucesso, é preciso levar em consideração o futuro digital da empresa e buscar uma área para começar essa transformação, que deve ir evoluindo para os demais setores. “A transformação digital não deve ser simplesmente um plano. Ela é mais trabalho do que ideia. Para isso, temos que arregaçar as nossas mangas e fazer acontecer”, diz.
Carvalho destaca que a inteligência artificial e hiperautomação continuam entre as principais tendências de tecnologia para 2022, segundo um estudo da consultoria Gartner.
Confira as principais tendências da transformação digital para 2022:
Inteligência Artificial (IA): A solução em IA agrupa várias tecnologias e é muito importante para evoluir em todo o processo na tomada de decisão e de entendimento.
Empresas distribuídas: São a consolidação do que vivemos hoje, com funcionários trabalhando remotamente de qualquer parte do País e do mundo.
Plataformas nativas em nuvem: Contratar serviços que estejam no cloud, em vez de fazer de casa e colocar na nuvem, reduz o tempo de retorno e de custos. Segundo o estudo, as plataformas nativas da nuvem servirão como base para mais de 95% das novas iniciativas digitais até 2025.
Sistemas autônomos: São softwares autogerenciados que aprendem com seus ambientes e modificam dinamicamente seus próprios algoritmos em tempo real, permitindo que se adaptem rapidamente a novas condições.
Aplicações compositivas: São desenvolvidas a partir de componentes centrados no negócio e têm ciclo de implementação e manutenção mais rápido. Com isso, é possível lançar um produto muito mais rápido do que fazemos hoje.
Hiperautomação: Com a maioria dos processos automatizados, é possível acelerar os processos de negócios e aumentar a agilidade na tomada de decisões.
Cibersegurança: Garante a segurança de dados e das automações. Vai se repetir sempre porque permeia toda a empresa.
Total Experience: É a junção de todas as experiências – do cliente, do colaborador, do usuário e a e a multiexperiência – em busca de fazer com que todos tenham a mesma experiência ao utilizar as plataformas.
Metaverso: É um ambiente virtual imersivo construído através de várias tecnologias, onde as pessoas podem interagir entre si, trabalhar e fazer compras.
Tendências para a próxima década
Segundo Carvalho, ao seguir essas tendências, é possível trabalhar de forma mais focada e produtiva. Porém, como esse é um processo em constante evolução, um estudo da Deloitte aponta para as tendências que devem vir nos próximos 5 a 10 anos.
“O metaverso e o total experience vão evoluir para o chamado ambiente experience ou life beyond the glass, que é ter a experiência física e digital no ambiente”, afirma.
Outro destaque é a evolução do Big Data e do analytics para a inteligência exponencial, que será capaz de compreender sentimentos e sensações e, com isso, identificar e conversar com o seu cliente muito melhor.
A transformação da tecnologia convencional para a quântica, com algoritmos mais complexos, deve revolucionar o o processamento e a transmissão da informação.
A apresentação de Carlos Carvalho aconteceu durante o Interactive Retail Trends – Pós-NRF, promovido pela Gouvêa Experience nesta terça-feira (1º) de forma híbrida. No evento, grandes executivos e especialistas no setor resumiram os aprendizados da NRF 2022 e debateram as perspectivas para o cenário brasileiro.
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