O mundo enfrenta uma crise econômica, o Brasil começa 2023 sob um novo governo e o comportamento do consumidor passa por mudanças cada vez mais rapidamente. Os desafios de liderar uma empresa em momentos de “transformações profundas” foram tema do painel do CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, no Interactive Retail Trends – Pós- NRF 2023, realizado nesta semana pela Gouvêa Experience em São Paulo.
“É um momento de buscar excelência operacional, conexão com consumidor e usar a tecnologia para facilitar o dia a dia”, disse o executivo. “Também temos de achar um jeito de produzir mais com menos, porque sem esse conceito a gente não vai conseguir fazer a transformação que precisa ser feita. É preciso produzir mais com menos e de maneira mais sustentável”, enfatiza.
O Interactive Retail Trends – Pós- NRF 2023, como o nome diz, é promovido sempre depois do NRF Retail’s Big Show, um dos mais importantes eventos de varejo do mundo, que é realizado anualmente em janeiro em Nova York, nos Estados Unidos. A ideia é trazer, para o Brasil, aprendizados do que foi visto lá e insights do que pode ser adaptado à realidade daqui.
Como empresa de atuação global, a JBS, diz Tomazoni, também enfrenta – em alguns países mais do que em outros – mudanças no mercado de trabalho, como falta de mão de obra. Até por isso, melhorar as condições de trabalho das pessoas é outro tema em pauta.
“Fizemos upgrades de todos os nossos restaurantes, vestiários e dependências. Também investimentos muito no bem-estar e trabalhamos com as comunidades. As pessoas têm de se sentir bem ao trabalhar com você, ela precisa querer estar ali. Precisamos criar condições para que as pessoas atinjam o seu máximo”, disse o CEO da JBS.
A importância da cultura
A criação e a sustentação de uma cultura alinhada com os valores da empresa foram temas recorrentes na NRF de 2023, e Marcos Gouvêa de Souza, fundador e CEO da Gouvêa Ecosystem, questionou Gilberto Tomazoni sobre as dificuldades de se fazer isso num país complexo como o Brasil e numa empresa internacional, que tem feito aquisições ao redor do mundo todo.
“A cultura é o jeito como a gente faz as coisas”, resumiu Tomazoni. “É o jeito como a gente trata o colega do trabalho e como contrata as pessoas. O maior desafio é montar um time que acredite nas coisas que a gente acredita que devem ser feitas.”
A simplicidade, acredita o CEO da JBS, é a base de tudo. Tomazoni é um defensor de processos mais diretos, sem e-mails que burocratizam ou adiam tomadas de decisão. Para ele, a comunicação precisa ser feita sem filtros, imediata, tanto para o colaborador quanto para o cliente. “O senso de urgência é vital para você agir rapidamente. Ficando no escritório, você não vai resolver nada. É preciso estar junto com o seu time e com seus clientes.”
Imagem: Gouvêa Experience