A Ásia já não apenas acompanha as transformações do varejo global. Ela as lidera. Esse foi o tom da abertura da NRF Ásia-Pacífico 2025, que acontece em Singapura, com o tema Retail Unlimited, um chamado para pensar o varejo sem fronteiras entre canais, consumidores e tecnologias.
Durante a abertura da NRF Ásia-Pacífico, Ryf Quail, diretor da Comexposium, e Isabel Allen, diretora global da KPMG para Varejo e Bens de Consumo, destacaram o papel protagonista da região, que abriga 55% dos consumidores do mundo. Até o fim de 2023, dois terços da classe média mundial estarão concentrados na Ásia-Pacífico. Países como Coreia do Sul, Japão e Singapura já operam com altos índices de digitalização, enquanto Índia, Indonésia, Vietnã e Filipinas apresentam crescimento acelerado no consumo e no varejo online.
A região combina extremos: das megacidades hiperconectadas às tradicionais lojinhas de bairro, do varejo de luxo ao comércio popular.
O sucesso na região, segundo os palestrantes, depende de colaboração profunda, escuta ativa e adaptação ao contexto local. Marcas que não respeitam os códigos culturais ou não entendem a complexidade regional tendem a falhar.
Superapps, geração Z e novos hábitos
Do lado do consumidor, o impacto geracional molda os rumos do setor. Com mais de 1 bilhão de consumidores da geração Z, além da emergente geração Alpha, conectada desde o berço, a região estabelece novos padrões de engajamento e velocidade.
É também na Ásia que nasceram os superapps, como WeChat e Grab, que unificam compras, pagamentos, conteúdo e serviços. O comércio via live stream, hoje tendência global, também foi gestado na região, assim como o Singles Day.
A Coreia do Sul lidera globalmente com mais de 50% das vendas no varejo já feitas online, e o e-commerce na Ásia do Sul cresceu mais de 20% nos últimos cinco anos. Ainda assim, o cenário não é livre de desafios.
Imagem: Envato