As vendas no comércio da cidade de São Paulo voltaram a mostrar recuperação no mês de agosto, comparando-se com o mês anterior. De acordo com o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a alta média foi de 24,8% nos resultados do comércio paulistano.
Conforme o economista da ACSP, Marcel Solimeo, a recuperação em agosto é um reflexo das medidas de flexibilização do funcionamento do setor comercial e do Dia do País. De acordo com o índice, foi a segunda alta consecutiva nos resultados das vendas. Em julho, comparando-se com junho, o crescimento foi de 19,8%.
Em julho, o Indicador do Movimento do Comércio a Prazo (IMCP) – Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), mostrou alta de 33,2%, enquanto o Indicador de Movimento de Cheques (IMC) – SPC registrou um aumento de 16,4%. Entretanto, os resultados ainda são modestos em relação a agosto do ano passado, com uma queda de 33,6%. No acumulado de 2020, a redução nas vendas de 37,1%. E nos últimos 12 meses, sobre o mesmo período anterior, o resultado foi negativo em 21,3%.
Marcel Solimeo avalia que os resultados mostram, aos poucos, a retomada da economia, o que deve prosseguir nos próximos meses, conforme as regras de flexibilização do comércio avançarem. Solimeo acredita que os resultados do comércio até o final do ano, em dezembro, possam se aproximar de 2019 – sinalizando uma retomada maior em 2021- embora os números de 2020 estejam comprometidos em razão dos resultados nos meses mais agudos da pandemia de Covid-19. “Alguns meses tiveram resultados mais fracos por causa das restrições causadas na pandemia, o que deve afetar o desempenho deste ano”, finaliza o economista.
Confiança
O Índice de Confiança do Consumidor (INC) da ACSP mostrou também sinais de recuperação na confiança na economia. O índice fechou em 83 pontos em agosto, registrando a segunda alta seguida. Foram registrados 79 pontos em julho e 77 em junho. Embora os números continuem no campo do pessimismo (abaixo de 100 pontos), indicando uma expectativa de recuperação da economia em crise por conta dos efeitos da Covid-19, conforme ressalta o economista da ACSP, Marcel Solimeo. O grande destaque nos índices de recuperação foi a Classe C, que atingiu 94 pontos, 11 acima da média geral. A alta, também a segunda seguida, foi expressiva: em julho, o índice era de 85 pontos. Enquanto a classe D/E mostrou uma recuperação de 65 para 67, a Classe A/B ficou nos mesmos 75 pontos em julho e agosto.
Em relação à vida que estão levando hoje, pensando na economia, também há uma clara tendência de menos pessimismo captada pelo INC. O índice de pontos que apontou “muito satisfeito+satisfeito” subiu de 26 para 33 pontos. Foi o segundo melhor resultado do ano, só perdendo para fevereiro, com 37 pontos. Em contrapartida, os números do quesito “muito insatisfeito + insatisfeito” despencaram para 50 pontos, contra 52 em julho. Foi o menor número de 2020.
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