A franquia Carrefour Express, lançada recentemente pela empresa, já é um modelo adotado em outras partes do mundo e naturalmente seria implementada aqui no País, afirma o diretor-executivo de Proximidade do Grupo Carrefour Brasil, João Edson Gravata. Para ele, o modelo é apropriado porque permite que o franqueado acompanhe de perto o desenvolvimento do negócio – enquanto o grupo “cuida” de questões como inteligência de definição de sortimento, estratégia de exposição de mercadoria e política de preços regulares e promocionais.
A empresa lançou o modelo de franquias durante a ABF Franchising Expo 2023, evento que contou com cobertura especial da Mercado&Consumo. O Carrefour Express é o modelo de proximidade do Grupo que pode ser posicionado em ruas ou centros comerciais e também pode ser implantado em condomínios, de forma 100% autônoma, para atender às demandas de moradores de áreas residenciais ou trabalhadores de conjuntos empresariais.
“O fraqueado conhece todos os moradores de um condomínio, por exemplo, e ele se conecta muito rapidamente com eles para entender a demanda. Eu não tenho dúvida de que a expansão desse modelo de loja é muito mais acelerada no modelo de franquias do que no modelo próprio”, afirma o executivo. “Era um caminho natural.”
O Carrefour opera com a marca Express há vários anos na Europa, também por meio de franquias. A bandeira chegou aqui em 2014 e o modelo de franquia era estudado há alguns anos em parceria com o Grupo Bittencourt, da Gouvêa Ecosystem. A pandemia de covid-19 levou à suspensão temporária dos planos.
“Recentemente nós retomamos os planos e foi feito um trabalho que chamamos de cocriação: a Bittencourt trouxe a expertise da consultoria no segmento de franquias e o Carrefour trouxe a expertise na operação do varejo alimentar, no conhecimento do modelo, nas suas diversas formas”, define Gravata.
As lojas autônomas de condomínio foram lançadas no Brasil em 2020, bem no meio da pandemia. Num mercado dominado por startups, o grupo criou um conceito próprio de loja, com um espaço bem definido e acessível por meio de aplicativo. “A jornada de aprendizado foi incrível. Lançamos o modelo em 2020, mas só expandimos quase um ano depois, porque trabalhamos no conceito, fazendo uma série de testes que nos possibilitaram avançar”, conta o executivo.
Desde o começo, porém, também estava claro que a melhor forma de expandir esse conceito era por meio de franquias. “O modelo tem muito da dinâmica de um franqueado que acompanha de perto o desenvolvimento do negócio”, diz.
A CEO do Grupo Bittencourt, Lyana Bittencourt, colunista da Mercado&Consumo, destaca a forma como o Carrefour se inseriu no modelo de franquias no Brasil. “A empresa foi muito consciente. A gente fez um estudo que indicava que os caminhos de loja autônoma, essa relação de conveniência, estava crescendo no Brasil e que a equação financeira se resolvia via franchising. O Carrefour teve a ousadia de revisar o conceito antes de lançar a franquia. Hoje essa loja está mais atenta aos aspectos de comunidade e de ESG. É uma loja mais contemporânea, que dialoga mais com o consumidor.”
Tanto Lyana quanto Gravata foram até a França observar os modelos de franchising e de varejo alimentar do Carrefour na sua origem. “As melhores práticas em franchising ditam multiformatos e é isso que o Carrefour tem: formatos aderentes àquela vizinhança, àquele mercado, àquele comportamento de consumo daquela região”, complementa Lyana.
O investimento em uma franquia do Carrefour Express parte de R$ 150 mil – o valor mínimo para lojas autônomas de condomínios residenciais. A empresa não exige, necessariamente, experiência do franqueado no setor.
“A gente entende que a experiência no varejo alimentar no Brasil desenvolvida nos últimos anos com o modelo de proximidade nos dá condições de oferecer um pacote de conhecimento, de técnica e de ferramenta para o franqueado se sentir muito à vontade para estar conosco. No fim do dia, a gente quer que o franqueado foque no entendimento do cliente. Não quero que ele se preocupe com o momento de abastecer a loja, com quanto pagou na última mercadoria ou vai pagar na próxima. O que a gente quer é que ele atenda ao cliente, entenda o que ele quer para que a gente possa realimentar continuamente esses processos. Nós acreditamos firmemente que a combinação desses fatores vai fazer esse negócio ser ainda mais forte”, diz Gravata.
Lyana Bittencourt explica que o conceito foi desenvolvido a partir do suporte que o Carrefour já tem dentro de casa, de extrema relevância para potenciais franqueados. “Os franqueados do Carrefour se sentem mais seguros numa empresa grande, porque ela tem inteligência, já operou diversas lojas. A percepção é: ‘Isso é franquia? Então eu posso representar esse pedacinho aqui no Carrefour naquela região.”
Imagem: Aiana Freitas