Nem a inflação recorde e a queda da confiança do consumidor nos Estados Unidos abalaram o crescimento nas vendas das 25 principais varejistas do País. Segundo o levantamento feito pela National Retail Federation (NRF) e compilado pela Kantar, os Hot 25 Retailers tiveram um aumento acima de 25% nas vendas de 2021 em relação a 2020. Os que estão entre os 10 primeiros tiveram aumentos de vendas de mais de 40%.
O maior crescimento foi registrado pela varejista de ferramentas e equipamentos Harbor Freight Tools, com 93,4%, seguida pelo grupo espanhol Inditex, dono de marcas como Zara, Massimo Dutti ou Pull & Bear, com 76,6%. As lojas de departamentos Burlington (65,8%), Dillard’s (53,2%) e TJX Companies (51,3%) fecham o Top 5.
“A maior mudança em relação ao ano anterior é a reabertura dos shoppings e a recuperação de lojas de vestuário e departamento”, diz o vice-presidente sênior da Kantar, David Marcotte.
Mudança no pré-pandemia
Marcotte explica que, na comparação com 2019, período pré-pandemia, a lista é dominada por varejistas online, liderada pela Wine.com, com um aumento de vendas de 222,7%. O varejista de vestuário online Boohoo também viu suas vendas mais do que dobrarem.
Outros varejistas que tiveram saltos consideráveis de 2019 a 2021 estavam em áreas onde seriam esperados: casa e hobbies. “[A comparação de 2019] é mais fácil de entender. Quando você está olhando para 2020, você está vendo o impacto da pandemia”, afirma o vice-presidente sênior da Kantar.
Embora haja diferenças significativas na comparação do período de dois anos, a Wine.com continua em destaque na comparação com 2020, com crescimento de 50% nas vendas. Além da mudança de hábitos na pandemia, um dos motivos apontados por Marcotte são as mudanças nas leis que passaram a permitir o envio e recebimento de vinhos.
Viva o shopping?
A reabertura dos shoppings, com promoções e preços agressivos, impactou positivamente os varejistas de vestuário: Five Below (45,2%), Ross Stores (51%), TJX (51,3%) e Burlington (65,8%).
Outro exemplo da força da reabertura dos shoppings é a entrada da Signet na 24ᵃ posição, com crescimento de 30,6% em relação as vendas de 2020. “A maioria de suas localizações são baseadas em shoppings e a abertura das lojas novamente foi muito importante [para o resultado]”, diz Marcotte.
Segundo o executivo, o resultado não significa necessariamente que o shopping está fazendo um retorno. “Acho que os shoppings continuam a ter muito estresse em termos de fechamento de lojas âncoras. Quando ando em shoppings classe A, vejo um grande número de varejistas independentes de médio e baixo e cafeterias. Você deve ter uma mistura disso no shopping, mas se começar a se tornar predominante, não é um shopping classe A.”
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