A computação em nuvem revolucionou a maneira como empresas e indivíduos armazenam e acessam dados ao redor do mundo. Desde a popularização da internet, essa tecnologia permite que organizações de todos os tamanhos utilizem recursos computacionais de forma mais eficiente, flexível e econômica.
História e crescimento global
- Anos 1990: surgem os primeiros serviços de hospedagem na web, e o termo “nuvem” começa a representar a internet em diagramas.
- 2006: a Amazon Web Services (AWS) lança o Amazon EC2, marcando um avanço significativo na oferta de infraestrutura como serviço (IaaS).
- Anos 2010: consolidação de plataformas como Microsoft Azure e Google Cloud Platform, ampliando o acesso global à computação em nuvem.
A pandemia de COVID-19 em 2020 acelerou a adoção dessa tecnologia, à medida que empresas buscaram soluções para manter operações remotas e garantir a continuidade dos negócios.
Evolução no Brasil
No Brasil, a computação em nuvem tem experimentado um crescimento exponencial:
- Investimentos em TIC: em 2021, os gastos em Tecnologia da Informação e Comunicação alcançaram US$ 64,4 bilhões, com previsão de crescimento de 8,2% para 2022.
- Evolução do crescimento do investimento TIC : os investimentos vêm crescendo de forma significativa ao longos em todos os setores
- Mercado de nuvem: estima-se que o mercado brasileiro de computação em nuvem atinja US$ 1,5 bilhão em 2024.
Principais tendências atuais e futuras
Novos entrantes asiáticos impulsionam a concorrência
A chegada de novos provedores asiáticos tem sido um fator decisivo para impulsionar a inovação e a concorrência no mercado brasileiro de computação em nuvem.
Destaques dos novos entrantes
- Tencent Cloud: uma das maiores empresas de tecnologia da China, conhecida por serviços como o WeChat. Oferece soluções avançadas, incluindo Inteligência Artificial e Big Data.
- Alibaba Cloud: parte do Alibaba Group, oferece infraestrutura robusta e expertise em comércio eletrônico e infraestrutura digital.
- Huawei Cloud: líder global em infraestrutura de TIC, amplia sua presença no Brasil com serviços de nuvem de ponta, focando em IA, IoT e 5G.
Benefícios e impactos para as empresas Brasileiras
A crescente participação de empresas asiáticas no setor de computação em nuvem no Brasil tem trazido benefícios significativos para as empresas nacionais e redefinindo o cenário tecnológico do país ao oferecer oportunidades únicas e impulsionar a competitividade do mercado
Redução de custos
Uma das principais vantagens percebidas pelas empresas brasileiras é a redução de custos. O aumento da concorrência resultante da entrada desses novos provedores asiáticos tem levado à oferta de preços mais competitivos. As empresas agora podem acessar serviços de alta qualidade a valores mais acessíveis, permitindo uma melhor alocação de recursos financeiros e maior investimento em outras áreas estratégicas.
Diversidade de soluções
Com a ampliação das opções de fornecedores, há uma diversidade de soluções tecnológicas disponíveis. As empresas têm à sua disposição uma ampla gama de serviços e tecnologias, desde infraestrutura como serviço (IaaS) até plataformas avançadas de inteligência artificial e big data. Essa variedade possibilita a escolha de soluções que melhor se adaptam às necessidades específicas de cada negócio, promovendo eficiência operacional e inovação.
Inovação tecnológica
A inovação tecnológica é outro impacto positivo decorrente da chegada dos novos players. O acesso a tecnologias emergentes e práticas inovadoras, amplamente desenvolvidas e utilizadas no mercado asiático, permite que as empresas brasileiras incorporem novidades em seus processos. Isso inclui o uso de Inteligência Artificial, Machine Learning, Internet das Coisas (IoT) e outras soluções de ponta que podem impulsionar a transformação digital nos negócios.
Conexão global
A presença de provedores asiáticos facilita a conexão global, especialmente com mercados asiáticos em rápido crescimento. Empresas brasileiras podem expandir suas operações internacionalmente com maior facilidade, aproveitando a infraestrutura e o conhecimento desses provedores. Essa conexão global também abre portas para parcerias estratégicas, intercâmbio de tecnologias e acesso a novos mercados consumidores.
Acesso a tecnologias avançadas
A democratização do acesso a tecnologias avançadas é um benefício direto para empresas de todos os portes. Recursos que antes eram limitados a grandes corporações agora estão disponíveis para pequenas e médias empresas, nivelando o campo de atuação e impulsionando a competitividade. Essa inclusão tecnológica permite que negócios menores inovem e cresçam de forma sustentável.
Desenvolvimento econômico
Os investimentos estrangeiros realizados por essas empresas asiáticas estimulam o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e a economia nacional. A construção de data centers, escritórios regionais e centros de pesquisa gera empregos e movimenta a economia local. Além disso, a competição saudável entre os provedores incentiva a melhoria contínua dos serviços oferecidos no país.
Capacitação profissional
A demanda crescente por serviços de computação em nuvem gera uma necessidade por profissionais qualificados. Isso promove a formação e especialização da mão de obra nacional em áreas como gestão de nuvem, segurança da informação, desenvolvimento de software e análise de dados. Instituições de ensino e empresas têm investido em programas de capacitação para suprir essa demanda, contribuindo para o fortalecimento do setor tecnológico brasileiro.
Desafios a superar
Apesar dos benefícios, é essencial estar atento a alguns desafios:
Como aproveitar esta oportunidade
Para capitalizar sobre essa conjuntura favorável, as empresas devem:
Considerações finais
A computação em nuvem está redefinindo o cenário empresarial e a chegada dos novos entrantes asiáticos potencializa essa transformação. As empresas que souberem aproveitar essas oportunidades estarão mais bem posicionadas para inovar, reduzir custos e competir em um mercado cada vez mais globalizado.
Marcelo Antoniazzi é CEO da Gouvêa Consulting.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagens: Copilot