O Itaú Unibanco teve lucro líquido gerencial de R$ 10,884 bilhões no quarto trimestre de 2024, um resultado 15,8% superior ao do mesmo período de 2023. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, representa um crescimento de 2%.
O lucro do banco cresceu graças à expansão das margens e das receitas com serviços, associado à redução do custo do crédito, possível diante da queda da inadimplência. No ano de 2024, o Itaú teve lucro de R$ 41,403 bilhões, uma expansão de 16,2% em relação a 2023.
A carteira de crédito subiu 15,5% em um ano, ou 10,2% se desconsiderado o efeito do câmbio, para R$ 1,359 trilhão. Houve crescimento em todas as carteiras, mas ele foi maior nas de grandes empresas (+21%, impulsionada pela variação do dólar ante o real) e de micro, pequenas e médias empresas (+17,7%).
O Itaú fechou o trimestre com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 22,1%, alta de 0,9 ponto porcentual em um ano, mas uma queda de 0,6 ponto em três meses. O banco tinha R$ 3,048 trilhões em ativos, alta de 13,1% em um ano, e o patrimônio líquido era de R$ 201,055 bilhões, número 11,2% maior.
O presidente do banco, Milton Maluhy, disse em nota que o ano passado foi de consistência na entrega de resultados. “Mais do que os indicadores financeiros, encerramos o ano com muitos avanços importantes na nossa estratégia de centralidade nos clientes, com crescimento contínuo nos nossos índices de engajamento e de satisfação”, afirmou.
No quarto trimestre, o produto bancário do Itaú, que soma as margens com juros e as receitas com serviços, foi de R$ 44,098 bilhões, um crescimento de 7,6% em um ano, e de 3,3% em três meses.
A margem financeira subiu 8,3% em um ano, para R$ 29,388 bilhões. A margem com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, teve alta também de 8,3%, para R$ 28,484 bilhões.
Na tesouraria, o resultado foi de R$ 904 milhões, alta de 7,6% em um ano, mas uma baixa de 14,5% em um trimestre. Além de contabilizar as exposições do Itaú ao mercado brasileiro, a tesouraria inclui a proteção cambial que o banco faz para o capital das operações na América Latina.
A receita com serviços teve alta de 4,5% em 12 meses para R$ 11,697 bilhões.
“O desempenho relevante registrado em 2024 é resultado direto de uma gestão muito cuidadosa, consistente e precisa entre risco e retorno, o que se tornou uma marca registrada do Itaú Unibanco”, afirmou o diretor Financeiro do banco, Gabriel Moura. “Com isso, conseguimos, em mais um ano, focar na criação de valor de longo prazo, traduzida em uma performance sustentável.”
Despesas totais vão a R$ 16,707 bilhões
O Itaú Unibanco teve despesas totais de R$ 16,707 bilhões no quarto trimestre de 2024, número 8,9% maior que o do mesmo período do ano anterior, e 4,8% acima do terceiro trimestre do ano passado.
Vários fatores explicam a variação, de acordo com o banco, como o acordo coletivo dos bancários, as maiores despesas com participação nos resultados, além de maiores despesas com serviços de terceiros, processamento de dados e depreciação e amortização.
Com pessoal, as despesas somaram R$ 7,110 bilhões, crescimento de 8,5% em um ano, e alta de 1,1% em três meses.
As despesas administrativas, por sua vez, somaram R$ 5,547 bilhões, alta de 4,4% em um ano. Em três meses, houve crescimento de 2,7%.
O Itaú encerrou o trimestre com 2.272 agências físicas no Brasil, 212 a menos que no final de 2023. O conglomerado tinha 96,2 mil funcionários no final do trimestre, alta de 500 postos em 12 meses, concentrada na área de tecnologia.
O índice de eficiência do Itaú era de 40,7%, alta de 0,4 ponto porcentual em um ano, e de 0,5 ponto em um trimestre. Quanto menor o índice, mais eficiente é o banco.
Custo de crédito é de R$ 8,643 bilhões
O Itaú Unibanco teve custo de crédito de R$ 8,643 bilhões no quarto trimestre de 2024, uma queda de 5,5% em um ano, mas uma alta de 4,8% em um trimestre. O indicador inclui as provisões contra a inadimplência feitas pelo banco.
Em três meses, a variação se deu principalmente pelo efeito base. O Itaú reconheceu no balanço do terceiro trimestre do ano passado uma recuperação dos créditos da Americanas da ordem de R$ 500 milhões, o que impactou positivamente o custo de crédito. Esse efeito não se repetiu no quarto trimestre.
Nos últimos três meses do ano, as despesas brutas do Itaú com provisões foram de R$ 9,217 bilhões, baixa de 0,8% em um ano. Os descontos concedidos aos clientes somaram R$ 615 milhões, queda de 15,9%, e a recuperação de créditos foi de R$ 1,534 bilhão, alta de 24% em um ano.
O estoque de provisões para devedores duvidosos (PDD) chegou a R$ 51,596 bilhões, alta de 9,3% em um ano.
O índice de cobertura do Itaú fechou 2024 em 215%, baixa de 1 ponto porcentual em um ano, mas uma alta de 10 p.p. no comparativo com o terceiro trimestre do ano passado. O número indica que o Itaú contava com R$ 2,15 para cobrir cada R$ 1 em atraso.
A entrada de novos créditos em atraso foi de 0,9% da carteira do banco ao longo do trimestre, 0,1 ponto porcentual a menos que no mesmo intervalo de 2023. Ao todo, somou R$ 8,196 bilhões, baixa de 9,4% em um ano.
Com informações de Estadão Conteúdo (Matheus Piovesana).
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