A grife brasileira Farm vai inaugurar lojas próprias nos Estados Unidos. Em 2019, serão abertas quatro unidades, nos estados de Nova York e Califórnia. Elas, juntamente com o e-commerce e as multimarcas, devem gerar um faturamento de US$ 25 milhões no mercado americano.
O objetivo é chegar a 20 lojas até 2020. Marcello Bastos, empresário e um dos fundador da marca (juntamente com Kátia Barros) afirmou: “Em cinco anos, nossa estimativa é vender mais lá fora do que no Brasil”.
A marca também inaugurou produções na Turquia, na Índia e na China, a fim de aumentar a competitividade. Cerca de 80% das peças que serão vendidas nos Estados Unidos virão destes países. “Não adianta ser uma marca internacional sem ter uma operação lá fora”, disse Bastos. “Não podemos perder o custo-benefício das nossas peças.” Nos Estados Unidos, as roupas devem ter um preço médio de US$ 175. A companhia também montou um escritório em Nova York, no West Village, e contratou 50 profissionais para comandar a operação.
Um dos principais desafios será adaptar as peças para o inverno, pois a Farm é marcada pelas cores, estampas tropicais e tecidos leves. No sul do Brasil, por exemplo, a marca não conquistou o público. As lojas localizadas em Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba fecharam. Mas o empresário mantem a confiança e informa que para se adequar ao gosto das americanas, as peças terão estampas minimalistas e um corte mais discreto.
Mas esta não é a primeira vez que a marca vai para o mercado americano. Em 2016, a Farm participou da Coterie, a maior feira de varejo de moda dos Estados Unidos. A empresa venceu o prêmio de estande mais bonito do evento, mas as vendas foram muito baixas. Por outro lado, uma loja de departamento que é braço da Urban Outfitters, Antrophologie, foi uma das poucas que compraram peças da brasileira. As peças ficaram nas vitrines da loja de departamentos e um dos vestidos da Farm se transformou na segunda peça mais vendida na história da loja. Assim, a Farm entrou para a carteira de clientes da loja, com US$ 4 milhões em pedidos, valor este que triplicou no ano passado.
A Farm deverá ter R$ 535 milhões em faturamento este ano, representando um crescimento de mais de 15%. Em 2017, a marca faturou R$ 460 milhões. A empresa é responsável por quase um terço da receita do grupo Soma, de R$ 1,3 bilhão. O grupo comanda marcas como Animale, ABrand, Fábula, Foxton, FYI, Vitorino Campos e Cris Barros.
O Soma passou por mudanças, a fim de controlar a queda nas vendas entre 2014 e 2017, que foi em média de 11,4%, por ano. A Farm, por exemplo, reduziu em 20% o preço médio de suas roupas. Com o reajuste, a conversão de vendas nas lojas físicas aumentou de 17% para 26% e, no canal online, de 3,5% para 5% no ano passado. Atualmente, a marca possui 71 lojas próprias e 1,2 mil multimarcas.
*Informações retiradas da IstoÉ Dinheiro
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