Joint venture criada entre Marfrig e Archer Daniels Midland (ADM), a PlantPlus Foods, especializada em alimentos plant-based, chegou ao mercado brasileiro maio de 2021 e planeja dobrar seu crescimento neste ano.
A empresa busca atrair o crescente público flexitariano, que já chega a 46% de brasileiros que deixaram de comer carne pelo menos uma vez na semana, segundo dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec). Além disso, mais de 30 milhões de pessoas se identificam como vegetarianas no País.
“O Brasil é um grande mercado de proteína. Nossa estratégia é inovar para trazer mais alimentos de qualidade ao consumidor que deseja experimentar diferentes opções plant-based nas refeições – seja dentro ou fora de casa”, diz Beatriz Hlavnicka, head de marketing Latam da PlantPlus Foods.
No Brasil, os alimentos à base de plantas tiveram faturamento de US$ 82,8 milhões em 2020, o equivalente a R$ 427,24 milhões, mas a projeção é chegar a US$ 130 milhões até 2025.
De olho nesse mercado, a PlantPlus Foods lança quatro produtos em setembro: hambúrgueres sabores picanha e costela, frango desfiado e linguiça toscana. Eles se somam ao portfólio de hambúrgueres, carne moída, almôndegas e quibe.
O evento de lançamento ocorreu no Centro de Inovação da ADM, em Hortolândia, e contou com um workshop de receitas feitas pelo chef Lucio Manosso.
“Essa é uma oportunidade para o varejo, que traz uma categoria adicional, com produtos de maior valor agregado”, afirma George Bravo, head de vendas Latam da PlantPlus Foods.
O varejo, no entanto, representa 40% das vendas da empresa. Os outros 60% são atendem empresas de foodservice, como o Burger King, Outback, Subway, Montana, Graal, entre outros restaurantes.
Bravo destaca que a categoria de comida plant-based ainda não é democratizada e está muito segmentada em alguns nichos de consumidor. “Começamos por São Paulo e nas regiões Sul e Sudeste. Expandimos a distribuição para as regiões Nordeste e Norte, nos principais players do mercado e no foodservice”, diz.
Um dos principais desafios para conseguir maior penetração de mercado é baixar os custos operacionais, já que hoje proporcionalmente os produtos plant-based são mais caros do que a proteína animal.
“Como provedora dos ingredientes e das soluções, a gente sempre busca alternativas para reduzir os custos operacionais. Acreditamos que ganhando escala e baixando os custos operacionais, teremos maior penetração no mercado. Nosso objetivo é entregar opções mais baratas do que a carne para o consumidor”, afirma Rodrigo Burakovas, gerente de serviços técnicos e desenvolvimento para produtos Plant-Based da ADM Latam.
Expansão internacional
Os planos de expansão da foodtech não estão restritos ao Brasil. No início do ano, a PlantPlus adquiriu duas empresas de produtos complementares com o objetivo de chegar a novos mercados na América Latina e América do Norte. Hoje, a empresa já está presente no Canadá, México, Estados Unidos, Brasil, Argentina e Uruguai.
A canadense Sol Cuisine é uma empresa de proteína vegetal, com marca própria e um portfólio de pratos prontos ligado à culinária gourmet. Já a americana Hilary’s é especializada em alimentos livres de alergênicos, como glúten, laticínios, soja, nozes, ovos e milho.
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