As Lojas Renner, Klabin e Vivo são as três empresas de maior peso na carteira da sustentabilidade da Bolsa de Valores. A informação é da própria B3, que define o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3) como o principal indicador de ESG do mercado financeiro sobre as boas práticas ambientais, sociais e de governança.
De acordo com as informações da Bolsa, “o índice reflete o desempenho das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu comprometimento com os aspectos ambiental, social e de governança corporativa”. Para fazer parte do indicador, é necessário passar por uma seleção que garanta o atendimento aos critérios definidos pela B3.
Hoje, apenas 66 empresas compõem o indicador de sustentabilidade, entre os quais marcas como Ambev, Aliansce Sonae, Magazine Luiza, Raia Drogasil e Natura. A Braskem, que integrava o índice, foi excluída na terça-feira, 5.
Critérios
Para que uma empresa seja elegível ao índice de sustentabilidade, é preciso cumprir alguns requisitos. Em primeiro lugar, as ações precisam estar entre as 200 primeiras posições do Índice de Negociabilidade (IN) e devem ter presença em pelo menos 50% dos pregões no período de vigência das três carteiras anteriores em ambas as situações. Em segundo, não podem ser classificadas como penny stock, isto é, ações ordinárias negociadas por menos de um dólar.
As companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção ou que sejam negociadas em qualquer outra situação especial de listagem são inelegíveis ao ISE B3, assim também os BDRs e ativos dessa empresa.
Uma vez que os critérios são cumpridos, é preciso responder a questionários e participar de um processo seletivo, que reúne avaliações qualitativas, quantitativas, e uma métrica de risco reputacional, feito pelo RepRisk.
Histórico
O objetivo do ISE B3 é bastante simples: apoiar investidores que buscam alocar seus recursos nas empresas que adotam as melhores práticas de sustentabilidade listadas na bolsa brasileira.
Criado em 2005, o indicador foi o quarto índice de sustentabilidade do mundo e o primeiro da América Latina. O processo de gestão do índice conta com o apoio técnico da ABC Associados, asseguração de terceira parte da KPMG e parceria para o monitoramento de mídia pela RepRisk.
Cinco exclusões
A Braskem foi a quarta empresa excluída do índice este ano e a quinta desde 2016. Em seu informativo, a B3 declarou que a eliminação da petroquímica ocorreu “em razão do agravamento da situação em uma mina da companhia em Maceió”.
A mina 18, fechada em 2019, após décadas de exploração do sal-gema, está na iminência de colapsar. A B3 citou o boletim divulgado pela Defesa Civil de Maceió, confirmando o deslocamento vertical acumulado da mina de 1,80 metro. Em outras palavras, o movimento do solo está prestes a abrir uma cratera gigante em Mutange, bairro onde a mina da Braskem está localizada.
Além da petroquímica, foram excluídas por entrarem em recuperação judicial a Americanas e Light e a EDP, que retirou suas ações da bolsa. Em 2016, a Oi também foi excluída por entrar em situação especial.
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