Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult, trouxe uma retrospectiva do que foi visto nas últimas edições do NRF Retail’s Big Show, durante sua apresentação no Retail Trends, em São Paulo. Em 2016 se dizia que as lojas físicas acabariam, deixando todos atônitos. Em 2017, o assunto foram os millenials com seus novos hábitos de consumo. Mas, desde 2018, veio a ideia de que o varejo precisa se transformar, necessita de inovação.
“Estamos realmente vivendo um Novo Varejo, que tem como foco o consumidor, a transformação digital e das lojas físicas, além da obsessão por dados e a eficiência operacional”, disse van Beeck.
“Os modelos tradicionais de negocio estão derretendo. No topo estão empresas como a Amazon e o Alibaba. Negócios tradicionais como Sears e Toys r’Us tendem a desaparecer”, resumiu o executivo.
A chinesa JD.Com é um exemplo de eficiência operacional, com uma logística impressionante, realizando entregas pelos mais diferentes meios, como drones. Outro exemplo é a Amazon, que com a Amazon Go transformou os supermercados. Quando a gigante comprou a rede de alimentos orgânicos Whole Foods, as ações da Kroger despencaram, forçando a companhia a agir para não ficar para trás. Ela se uniu a outras empresas, para trazer algumas expertises que não possuía. Firmou parceria com a Microsoft, para levar tecnologia. Este case traz algumas lições: “O varejo físico não será mais o mesmo, ficará aliado ao digital. É necessário levar exatamente o que o consumidor procura”, afirmou van Beeck.
O executivo trouxe outros casos, como o Blackberry, que dominava o mercado de smartphones, mas não permitia a realização de compras online e foi perdendo espaço progressivamente.
“O novo varejo não é somente o omnichannel. É algo muito mais amplo. Coloca o consumidor no centro de verdade. É eficiência operacional, é o uso de dados. É muito mais”, resumiu van Beeck.
Já Cristina Souza, diretora-executiva da GS&Libbra, falou sobre “A inovação dentro das empresas é como uma onda. Ou você entra nela ou é engolido”, resumiu.
As empresas precisam colocar o consumidor no centro. “Não apenas falar que ele é o rei, mas oferecer o que ele realmente deseja”, disse Cristina.
“Inovação não é sobre tecnologia. É sobre promover uma transformação no mundo”. A referência de frase dita por Antônio Carlos Pipponzi, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e da Raia Drogasil, resume que inovar vai muito além da tecnologia. “No NRF ouvi muitas pessoas falando que foram para o evento em busca de tecnologia, que ela iria transformar seus negócios. Esta frase é uma quebra de paradigma”, contou a executiva.
Ela trouxe vários exemplos, como o da Nordstrom, que oferece serviços como engraxate para os clientes e a Dyson, que inseriu um robô na loja. Ele inseriu eficiência operacional para a empresa, mas também experiência para os consumidores, que interagem com o simpático funcionário eletrônico.
“Algumas lições que podemos tirar são a importância de reduzir custos, reforçar a experiência oferecida para o cliente. Em longo prazo, a segurança de dados é superimportante e tem que ser trabalhada. A customização é cada vez mais um desejo do consumidor e temos que nos acostumar com isso. O smartphone também. Embora nós achemos que já fazemos de tudo com ele, ainda temos muito potencial para explorar” afirmou Cristina.
* Imagem: Rodrigo Augusto